Impossível dizer palavras tão bonitas, neste belo mês de Maio, como as de Mia Couto…

Palavras de Mia Couto:
Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo.
Eu contentei-me com as que me brotaram em forma de soneto, e que aqui vos deixo:
É ASSIM A MULHER QUE EU ADORO
Alegre, doce, meiga e amorosa!
É assim a mulher que eu adoro!
Dádivas sem conta que até ignoro!
Sempre uma felicidade ditosa!
Aprecio tua cara bondosa
E com o teu sorriso me enamoro!
Um louvor tímido eu afloro!
Esperando que te sintas vaidosa!
Ignoramos qual será o porvir
Ou qual de nós partirá em primeiro.
De instantes bons ou maus sempre a fruir
Ignoramos momento derradeiro
Ou ainda algo que nos possa advir!
Serei sempre o teu homem altaneiro.
A PÁTRIA DO MEU EXÍLIO!
Rugas na face, mas jovem ainda!
Anos sem conto a viver contigo!
Podes crer que fui sempre um mendigo
Do teu amor, tua bondade infinda!
Foste sempre aquela figura linda
Que Deus m’ ofereceu e eu bendigo!
Sempre ao teu lado nunca me fatigo!
É à tua saúde que meu ser brinda!
Um país deixei, outro encontrei!
Tu és a pátria do meu exílio
Que me acolheu no teu coração!
Sou feliz porque sempre te amei!
Em ti elegi o meu domicílio!
Até ao fim serás o meu bordão!
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«Pedaços de Fronteira», opinião de Joaquim Tenreira Martins
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Novembro de 2012)
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