• NOTÍCIAS
    • Notícias
    • Entrevista
    • Reportagem
    • Primeira Página
  • CRONISTAS
    • Cronistas
    • Crónicas
    • Opinião
    • Poesia
  • Documentários
  • FICÇÃO/GÍRIA
    • Ficção (Artigos)
    • Ficção (Arquivo)
    • Gíria Quadrazenha
  • História
  • Acontecimento Ano
  • Personalidade Ano
  • FICHA TÉCNICA
    • Ficha Técnica
    • O Primeiro…
    • A Cidade e as Terras

Menu
  • NOTÍCIAS
    • Notícias
    • Entrevista
    • Reportagem
    • Primeira Página
  • CRONISTAS
    • Cronistas
    • Crónicas
    • Opinião
    • Poesia
  • Documentários
  • FICÇÃO/GÍRIA
    • Ficção (Artigos)
    • Ficção (Arquivo)
    • Gíria Quadrazenha
  • História
  • Acontecimento Ano
  • Personalidade Ano
  • FICHA TÉCNICA
    • Ficha Técnica
    • O Primeiro…
    • A Cidade e as Terras
Home  /  .Capeia Arraiana (2025) • .Crónica • Estas coisas da alma  /  O Fernando anda triste…
15 Maio 2025

O Fernando anda triste…

Por Manuel Sequeira
.Capeia Arraiana (2025), .Crónica, Estas coisas da alma fernando pessoa, manuel sequeira Deixe Comentário

«As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar»…

Estátua de Fernando Pessoa junto ao café «A Brasileira» no Chiado em Lisboa (foto: D.R.)

Há uns tempos que não nos cruzávamos… mas sei que o amigo Fernando está lá sempre, no seu posto de vigia; no Chiado, em frente ao café «ABrasileira». Disseram-me que anda triste (deprimido). Quase não fala, diz que a sua pátria já não é bem a língua portuguesa (o inglês ainda vá-que-não-vá; aprendeu-o na África do Sul). Apeteceu-me confortá-lo, conversar um pouco na língua de Camões; tirar uma fotografia e esclarecer dúvidas. Sem grande sucesso – ele continua tão fingidor que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.

Tinha a ideia de que o Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935) era um homem tão ocupado que não lhe sobrava tempo para namorar; que era um desassossegado e fazia imensas coisas ao mesmo tempo; que os «irmãos» (Alberto, Ricardo, Álvaro, Bernardo…) eram o centro das suas preocupações. Bem sei que havia os intervalos, as escapadelas ao Martinho da Arcada para conversar com os amigos mais chegados (Almada e Mário); acertar os pormenores da revista «Orpheu» e beber uns «bagaços» – tantos que morreu de cirrose hepática (30-11-1935), com apenas 47 anos. O seu fígado não aguentou; mas a sua poesia resistiu. Valha-nos isso!

Voltemos ao princípio: sempre pensei que o amigo Fernando, muito dado à poesia e à filosofia, descurou o amor carnal, o tal «fogo que arde sem se ver». Mas se calhar não foi bem assim… Há sempre excepções e uma delas dava pelo nome de Ofélia («Amo como quem ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo»).

Dizem os entendidos que foi a sua única namorada – aquela moçoila mais nova que ele. Escreveu-lhe cartas de amor e dava a impressão de que estava apaixonado; mas renegou tudo («todas as cartas de amor são ridículas»). Em que ficamos?

Lidar com o Fernando não é fácil; mesmo na nossa língua-mãe. Ele baralha-nos. É mesmo um fingidor. Até já foi acusado de «misoginia» (Ofélia teria sido um amor passageiro; ou nem isso); mas se calhar não foi bem assim… Então e aquela mulher casada e misteriosa que lhe roubou o coração? Disso ninguém fala! Apenas o seu «irmão» Álvaro – um «engenheiro» moderno e futurista, mas um pouco pessimista – cometeu uma inconfidência ao revelar o segredo que estava bem escondido no fundo da arca:

«A rapariga inglesa, tão loura
tão jovem, tão boa
Que queria casar comigo…
Que pena eu não ter casado
com ela…
Teria sido feliz

Mas como é que eu sei se teria
sido feliz?
Como é que eu sei qualquer coisa
a respeito do que teria sido?
Do que teria sido
que é o que nunca fui?»

P.S. Bem tento aproximar-me do Fernando. Pareceu-me que anda um pouco baralhado; com os olhos-em-bico e sem paciência-de-chinês para interpretar o que se passa à sua volta. Já sabia que era uma Pessoa complexa. Um génio? «As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar».

:: ::
«Estas coisas da alma», crónica de Manuel Sequeira
:: ::

Partilhar:

  • WhatsApp
  • Tweet
  • Email
  • Print

Relacionados

Partilhar nas Redes Sociais
Share on Facebook
Share on LinkedIn
Share on Twitter
Share on StumbleUpon
Share on Reddit
Share on Tumblr
Share on Delicious
Share on VK
Share on Whatsapp
Manuel Sequeira

Manuel Sequeira :: :: Estas coisas da alma :: ::

 Previous Article O apagão ibérico
Next Article   Apagão

Related Posts

  • Tocando em frente

    Quinta-feira, 12 Junho, 2025
  • Quando a alma não é pequena

    Quinta-feira, 5 Junho, 2025
  • Jets – João Alves da Costa e Jorge Palma

    Quinta-feira, 29 Maio, 2025

Leave a ReplyCancel reply

Social Media

  • Connect on Facebook

https://bsky.app/profile/capeiaarraiana.bsky.social

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2025. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
 

Loading Comments...