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Home  /  .Capeia Arraiana (2025) • .Crónica • Aldeia de Joanes • Aldeia de Joanes2 • Beira Baixa • Bismula • Fundão  /  Celeste Fernandes – vivências de uma educadora de infância
11 Maio 2025

Celeste Fernandes – vivências de uma educadora de infância

Por António Alves Fernandes
.Capeia Arraiana (2025), .Crónica, Aldeia de Joanes, Aldeia de Joanes2, Beira Baixa, Bismula, Fundão antónio alves fernandes, celeste lourenço oliveira fernandes, salgueiro, três povos Deixe Comentário

Celeste Lourenço de Oliveira Fernandes, nasceu em 1958, no Salgueiro (Três Povos), Fundão, filha de Luís Robalo de Oliveira e de Isabel Celestina Lourenço. Incentivada pelas freiras da Casa de Nossa Senhora de Fátima, na Aldeia Nova do Cabo, para onde tinha ido trabalhar fez exame de admissão à Escola do Magistério Infantil do Fundão onde, em 1984, concluiu o curso de Educadora de Infância…

Celeste Lourenço de Oliveira Fernandes

Com cinco anos Celeste Lourenço de Oliveira Fernandes foi, com os seus pais e o irmão mais novo, residir no Souto da Casa. Esta mudança, contudo, tem uma história.

O seu pai além de carteiro sem horário completo, também desempenhava as funções de barbeiro, dentista, enfermeiro, tosquiador de rebanhos e enxertador. Foi um cidadão empenhado em ações sociais, culturais, desportivas e religiosas. «O meu pai era um homem multifacetado, ativo, corajoso, dinâmico, bairrista e trabalhador.»

No Salgueiro, a 24 de Agosto, realizam-se desde tempos imemoráveis, as festas em honra de São Bartolomeu. Este evento religioso para além de mobilizar os locais, atraía romeiros dos concelhos vizinhos a fim de cumprirem as suas promessas, conviverem e divertirem-se.

Nos anos cinquenta do século passado fazia parte da mordomia o senhor Luís Robalo. Os tradicionais festejos decorriam à volta da Igreja Matriz e no terreiro fronteiro ao Solar do Salgueiro. Este largo era reivindicado pela Família Frazão que pretendia murá-lo e apossar-se do espaço. O «Carteiro», ainda não a tempo inteiro, líder da mordomia, com o apoio da população, decidiram-se pela construção de um coreto como forma de garantirem aquele espaço para usufruto do povo. Nascia assim um palanque de liberdade, uma «obra-prima de arquitetura», que já beneficiou de um prémio atribuído pela Câmara Municipal do Fundão.

Não satisfeita com tal afronta, a família aristocrata, não só proibiu o «Carteiro» de ir entregar o correio a sua casa, como apresentou queixa contra o senhor Luís Robalo, na estação dos CTT do Fundão. Foi o chefe do Fundão que o avisou da acusação, da chantagem e da perseguição, e o aconselhou a transferir-se para o Souto da Casa. Luís Robalo de Oliveira consciente das dificuldades que se lhe deparavam, aceitou de imediato, dado que a aproximação do Fundão também lhe oferecia mais facilidades para os estudos e o futuro dos seus filhos, e conseguiria, mais rapidamente, um horário a tempo inteiro.

Abençoado coreto que além de proporcionar a atuação das bandas de música, também «forçou» a família Oliveira a rasgar novos horizontes numa aldeia onde, há mais de 100 anos, o povo gritou: «O Carvalhal é nooooosso!» e que nas eleições de 1969, em pleno Estado Novo, deu a vitória à «oposição». Pela coragem demonstrada e pelo «atrevimento» evidenciado aquando da tomada do terreiro em frente à casa brasonada do Salgueiro, o Senhor Luís Robalo também terá gritado: «O terreiro é noooooosso!»

Celeste Fernandes depois de concluir o ensino primário na escola do Souto da Casa, foi estudar para o Fundão onde concluiu o ensino secundário. Enquanto se decidia pelo caminho a seguir e fazia o 12.º ano, aproveitou para ir trabalhar para a Casa de Nossa Senhora de Fátima, na Aldeia Nova do Cabo. Foi aqui que «germinou a vocação» para abraçar a sua profissão. Incentivada pelas freiras/educadoras fez exame de admissão à Escola do Magistério Infantil do Fundão onde, em 1984, concluiu o curso de Educadora de Infância. Desde então iniciou a sua «maratona», muitas vezes, com a «casa às costas». Passou por Arganil, Pinheiro de Ázere (Santa Comba Dão), Couço (Coruche), Carregal do Sal, Alpedrinha, Covilhã, Sertã, Proença-a-Nova, Castelo Branco (estabelecimento prisional), Fatela, Atalaia do Campo, Capinha e Fundão. Com 41 anos de serviço conseguiu, finalmente, integrar o Agrupamento de Escolas do Fundão, onde espera aposentar-se muito em breve.

Por motivos óbvios e porque acompanhei o louvável trabalho enquanto requisitada nos Serviços Prisionais, vou centrar esta crónica nas ações altamente meritórias da educadora Celeste Fernandes no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco.

Durante cinco anos, a educadora Celeste, acompanhou os filhos das reclusas num Infantário, que levou a DGSP a criar naquela Instituição depois de ter trabalho com as mães e não haver lugares para as crianças nos Jardins de Infância da cidade.

A propósito do seu trabalho diz-me… «não tive problemas, era o começo de uma nova experiência, num ambiente prisional, com problemas específicos. Sabia que não tinha nada a perder e ficava com a possibilidade de ficar mais perto da minha casa e acompanhar a minha filha menor. Foi um trabalho fascinante! As reclusas e os reclusos procuravam-me, muitas vezes, para lhes tratar dos seus problemas. O meu objetivo principal era dar àquelas crianças, filha de reclusas, um ambiente idêntico àquelas que viviam num ambiente familiar normal. Assim fazíamos visitas aos Jardins de Infância da cidade, à Escola Superior Agrária, à Biblioteca Municipal, onde lhes eram contadas histórias infantis; participávamos nos desfilies de Carnaval e nos Santos Populares e festejávamos os aniversários das crianças».

Na época balnear uma estadia nas instalações de Pinheiro da Cruz, possibilitava frequentar a Praia da Raposa, propriedade daquele estabelecimento prisional… «Tudo o que ali se fazia visava o bem-estar daquelas crianças ao nível da alimentação, da higiene e assistência médica. Tínhamos reuniões regulares com as mães reclusas, que conviviam e dormiam numa camarata própria, para as sensibilizar para a educação e convívio com os filhos.»

O Jardim de Infância de Santo António também serviu para estágio de auxiliares de educação, que eram orientadas pela educadora Celeste Fernandes. Conseguiu criar uma empatia com todos os funcionários, principalmente com o pessoal de vigilância que muito a respeitavam e davam apoio.

O Diretor Geral, Dr. Celso Manata, que tinha um carinho muito especial pelas crianças, nunca lhe faltou com o apoio para o funcionamento daquele espaço, que era um verdadeiro ex-libris do Estabelecimento Prisional, de que todos se sentiam orgulhosos e que foi distinguido com o Troféu Sociedade atribuído pela «Gazeta do Interior», em março de 1997, sob o pretexto de que «as crianças têm agora, um espaço diferente onde podem brincar e desenvolver-se, enquanto as mães vão para a escola ou se ocupam de outras atividades no estabelecimento prisional. Agora as crianças vão à escola, brincam, aprendem e sorriem como todos os meninos que podem ser meninos».

«Há na sociedade pessoas que ainda dizem que não é necessário um curso superior para se estar com crianças. Discordo desta opinião. É nestas idades que se adquirem capacidades para o seu desenvolvimento futuro e para uma mais fácil aprendizagem na escola.»

A educadora Celeste Fernandes diz que se sente realizada na sua profissão… «Gosto imenso do que faço, sempre gostei. Não fosse o andar com a casa às costas, os milhões de quilómetros percorridos, o afastamento da família, e os níveis remuneratórios pouco compensadores, esta seria a melhor profissão do mundo.»

Resta-me afirmar que há funcionárias que são verdadeiros pilares das instituições onde trabalham no exercício de profissões técnicas e pedagógicas. A Educadora de Infância Celeste Fernandes é um bom exemplo. A gratidão deve estar sempre presente. «O meu muito obrigado.»

Coreto no terreiro fronteiro ao Solar do Salgueiro

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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista no Capeia Arraiana desde Março de 2012)

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António Alves Fernandes

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