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Home  /  .Capeia Arraiana (2025) • .Crónica • A Minha Aldeia • Casteleiro • Tradições  /  Casteleiro – casos, locais e pessoas (6)
21 Abril 2025

Casteleiro – casos, locais e pessoas (6)

Por José Carlos Mendes
.Capeia Arraiana (2025), .Crónica, A Minha Aldeia, Casteleiro, Tradições josé carlos mendes Deixe Comentário

Entre 2009, no «Viver Casteleiro», e 2014, aqui, no nosso «Capeia», divulguei e levei ao conhecimento de quem não é da minha aldeia uma série de vocábulos populares com muita piada. Em geral a malta adora estes termos e a sua explicação. Eu também. Divirta-se, por favor…

Estrada Nacional Casteleiro
A Estrada Nacional é a rua principal da aldeia

Palavras do dia-a-dia – sua beleza e seu significado

Eis então alguns exemplos dessas expressões populares com muita graça:

– Irvais (por ervagem, penso) – lameiro, pasto para os animais.

– Lapatchêro (por lapacheiro, acho, seja lá o que for, não encontro no dicionário) – lamaçal, água entornada no chão.

– Gatcho – cacho de uvas. Trata-se apenas de uma corruptela na pronúncia. O abrandamento de consoantes, de «c» para «g» neste caso, é muito frequente na linguagem popular.

– Pintcho – fechadura.

– Cortelho – pocilga, local onde permanecem os animais. Chamo a atenção para o seguinte: no Minho, pelo menos, chamam «corte» (leia-se côrte) às pocilgas. Ora, pela proximidade de Castela, a nossa palavra «cortelho» pode resultar de um diminutivo de corte – o que em castelhano se escreveria, hipoteticamente, «cortello»… Sei lá!

– Sampa – tampa de uma panela (esta é muito boa!).

– Azado, azadinho – jeitoso (leia o primeiro «a» aberto, como se tivesse um acento: «àzado»).

– Cotear – usar muito.

– Frintcha – abertura estreita.

– Cote – uso. Mas há duas expressões antigas com piada: o fato dos domingos era o fato domingueiro, o da semana era o «da cote». Leia «dà cóte» e faça sorrir os seus mais velhos lá de casa.

– Limbelha – metidiça, que quer saber tudo. Ponho no feminino porque era mesmo usado só para as raparigas e para as mulheres.

– Atchaque – maleita, doença

– Assêqui (esta é muito bem apanhada) – dizem que, parece que, consta (de: «Eu sei que», acho).

– Pantchana – enrascado.

– Delido – desfeito. Por exemplo, um peixe quase podre está mesmo «delido».

Outros exemplos – palavras e modos de falar da aldeia

Há expressões populares únicas. Vejamos algumas delas…

– A rico não devas e a pobre não prometas.
É melhor viver a sua vida, sem dependências.

– Julga que se benze e parte o nariz.
Engana-se. Julga-se esperto, mas vai-se arrepender.

– A tudo Nosso Senhor nos chega se a vida dura.
A vida está assim. Mas pode ainda piorar. A presença permanente da religião e dos seus valores.

– Muito fala o são ao doente.
Muito fala quem de nada sabe ou não tem estes problemas.

– Quem muito fala pouco acerta.
Um fala-barato não sabe o que diz.

– Cão que ladra não morde.
Não se refere a cães mas sim a humanos: quem grita não faz mal. (Sei que nem sempre é assim, mas a sabedoria popular vai nessa direcção).

– Tenho de fazer de Manelzinho de Sousa.
Também nem todas as pessoas o diziam. Significa: tenho de fazer de conta que não entendo, que não é nada comigo.

E sabem o que é um «fraca-tchitchas»? É um fracote, que tem pouca força. Julgo que se explica facilmente: chicha é carne. Portanto é alguém fraco «de carnes».

Outra: «zarinzel» é também um fracalhote, mas noutro sentido: é alguém que anda sempre adoentado.

Ou quando se diz a uma criança:

– Está ali a prender o tchebinho.
Isso quer dizer que a criança está a fazer uma fita, a isolar-se a ameaçar chorar – uma cena bem nossa conhecida: todos o fizemos. Mas com uma ideia que tenho: é que, quando se prende o tchebinho, está-se a fazer chantagem com os adultos.

– Apareceu aí um imbalde…
Isso para referir alguém que não se sabe do que vive mas se desconfia que não é muito honesto.

Peço que reparem bem nos sons. Nestas expressões e noutras. Procuro sempre, nestas peças, traduzir nas letras (gafia) os sons aproximados do que conheço da aldeia.

– Está aqui uma grande balquêrada.
Isso significa que está tudo desarrumado, sujo, mal organizado, que não se encontra nada do que se precisa nem as coisas estão no seu sítio.

– Já me crestaste.
Nalgumas famílias, não em todas, usava-se essa expressão. Quer dizer: já me tiraste os trocos que tinha no bolso.

– Anda ali a coxambrar.
Anda de forma irregular – seja por deformação, seja em resultado de algum acidente: coxeia. Coxambrar é coxear, mas de modo muito acentuado.

Mais palavreado popular, bem profundamente popular

São mais algumas palavrinhas mágicas, com sabor a antanho, para caracterizar o carácter de certas pessoas, na opinião de quem as usava, claro:

– Landum – usava-se para designar alguém que não gostasse muito de trabalhar ou que fosse mal encarado.

– Tcharepe – alguém que tinha comportamentos infantis, meio falsos.

– Basbaque – quando a pessoa não sabia muito bem como fazer-se entender ou que ficava apardalado com o que se passava: tipo «boca-aberta».

Agora, os tais epítetos no feminino, para mulheres:

– Tchafesga (das grelhas) – pessoa pouco desenrascada.

– Seveja – Invejosa, pessoa que se tivesse uma coisa de que gostasse se isolava para gozar o momento: «Está ali toda seveja com a boneca»

– Lindrisca – que se mete na vida alheia, que quer saber tudo e anda sempre a «cheiretar».

– lambelha / limbelha – mulher metediça, sempre a entrar onde não é chamada.

– Andar ao despique – andar à disputa, em, competição.

– Mandongo – Mulher mal amanhada, mal vestida. Mas também servia para qualificar certos comportamentos desagradáveis para o «orador» ou a «oradora».

– Rebaldêra – pouco fiável, que se mete em tudo e que pode ir ao ponto de caracterizar uma pessoa que facilmente entra em propriedade alheia para se abastecer.

::  ::  ::  ::  ::

Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!

:: ::
«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)

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José Carlos Mendes

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