Durante a minha infância, ouvi algumas vezes que esta era a «Pia do Capitão». O dito Senhor habitava na casa ao lado e nesta pia bebia o seu cavalo, daí o seu nome. Hoje é do povo!

Durante a minha infância, ouvi algumas vezes, na aldeia do Dirão da Rua, a pessoas já falecidas:
«Esta é a pia do capitão. Vivia nesta casa mesmo ao lado e era aqui que o seu cavalo bebia água.»
Durante muitos anos, esta história pareceu-me não ter qualquer fundamento! Mas talvez não seja bem assim! Vejamos:
«No ano de 1774, casou, na Capela de Santo António, em Sortelha, António Pires Leal, viúvo de ficou de Maria Soares e depois de Tereza da Fonseca, com Maria Tereza Telles de Olival, ele era filho do Capitão Manuel Pires Leal, do Casteleiro, e sua mulher Isabel Mendes Leal, de Sortelha, ela solteira, filha de António Telles de Olival e Andrade e sua mulher Ângela Custódia de Paiva, naturais de Sortelha. Foram recebidos pelo Reverendo Manuel Pires Leal irmão do noivo.
O Vigário de Sortelha: João dos Santos.»
«Em vinte e dois de Março de 1794, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Neves, em Sortelha, foi batizado Henrique, filho de Luís Mendes e Maria Fernandes, ele de Sortelha e ela do Dirão da Rua, neto paterno do Capitão António Lopes Leal, do Casteleiro, e Maria Soares, da Bendada; neto materno de Manoel Fernandes, do Dirão da Rua, e de Joanna Affonça, de Vila do Touro; foi padrinho Henrique Manoel Correia da Costa.»
O registo tem a assinatura de três padres: José dos Santos, José Pedro de Carvalho e o Encomendado José Duarte Guerra.
Os nomes da alta sociedade de Sortelha e a assinatura de três padres mostram a importância da família.
Portanto, o pai do Henrique era filho do capitão António Pires Leal e da sua primeira mulher Maria Soares. E é provável que tenha vivido no Dirão da Rua.
Próximo do caminho que liga Dirão da Rua a Sortelha existe uma propriedade denominada «Capitão».
São demasiadas coincidências!
Um dia o senhor Manuel José levou a «Pia» para uma propriedade sua, próxima da aldeia do Dirão da Rua. Mas o povo juntou-se e reivindicou a sua devolução! Assim aconteceu! Regressou ao mesmo local. Agora é do povo!
Ver mais… [aqui]

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«Memórias de Sortelha», opinião de António Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019)
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