António Domingos Pedro, conhecido por «Poeta Cientista» e também técnico de electricidade, conheci-o no lançamento do livro «Vivências Paralelas», em Fevereiro de 2021, como convidado a declamar.

Por ser um homem com uma visão ampla do mundo, e nem tanto da cultura, António Domingos Pedro foi sendo afastado de alguns meios culturais de Luanda. Porém adora política internacional e desde que escrevo para o «Jornal de Economia e Finanças», angolano, não deixa de discutir comigo alguns assuntos pertinentes.
Certo dia veio ter comigo, trazendo a foto com ele e o livro «Vivências Paralelas», pedindo-me para o ajudar a lançar um livro. Não escondo que fiquei assustado, mas o facto é que o «Poeta Cientista» me apoiou imenso quando lancei a música «Tuga na Dura» e dada a sua persistência conseguiu que a mesma passasse nalgumas rádios em Luanda.
Mas o que é mesmo verdade, volta e meia lá me ligava… «Então Xará? O meu livro quando avançamos?»
O termo «Xará» para quem não sabe significa ter o mesmo nome.
Com a sua persistência acabei por dar-lhe a mão, não esquecendo que tem sido um fiel apoiante das minhas actividades culturais.
Falámos então, com a editora do «Vivências Paralelas» que, em conjunto comigo, fez as revisões dos textos.
Só que a editora entrou numa fase difícil e faltava apenas a gráfica para imprimir e fazer o livro. Nestes projectos literários é o caminho crítico, dado o custo elevado. O tempo passava e nada de livro.
Um dia em Luanda falei com uma grande promotora e amiga, a Gizela Gonga, que tem igualmente uma grande estima pelo António Pedro.
Passei-lhe o assunto para a sua responsabilidade, tendo de assumir todos os custos. O facto é que me resolveu o problema dentro do orçamento que tinha estipulado, tendo em conta o investimento já despendido sem sucesso, na outra editora.
Custando-me a acreditar, o facto é que o livro apareceu pronto para o lançamento, já no próximo dia 1 de Março e apresenta uma qualidade gráfica e de acabamento, fazendo-me lembrar os grandes amigos que tive na gráfica do Outeiro de São Miguel, na cidade da Guarda, que me aprontavam os livros que ainda hoje nem salta uma folha. Aquela prensa era o segredo para um acabamento de excelência.
A empresa da Gizela, DG Service, desenvolveu uma estratégia de publicidade fabulosa e acredito que gente não faltará, porque quem conhece o António Pedro, sabe da sua humanidade e simplicidade.
Tive o privilégio de ser o «prefaciante» e precisamente saliento essas suas qualidades não esquecendo a determinação de saber correctamente alcançar os seus objectivos.
Para mim, acredito que o António Pedro nunca mais me vai esquecer e só esse aspecto é muito mais gratificante do que tudo o resto. A Gratidão é um valor que infelizmente está a desaparecer, mas seguramente o «Poeta Cientista», um dia, quem sabe, até me pode ajudar porque devemos ser «uns para os outros» e ele tem bem presente na sua conduta de vida.
Para mim é um privilégio ajudar um poeta estrangeiro que escreve na minha língua materna, e como português, por ter essa possibilidade, não faço mais que a minha obrigação.
Muito obrigado à Gizela Gonga que me deu a mão no momento certo, resolvendo-me um problema que não me saía da cabeça, porque não gosto de faltar à palavra principalmente «fora de casa».
Ao «Poeta Cientista» desejo as maiores felicidades e que, se quiser continuar nesta aventura de escrever, tem de se esforçar muito, porque determinação não lhe falta.
Luanda, 19 de Fevereiro de 2025
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«No trilho das minhas memórias», crónica por António José Alçada
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2017)
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Xará do Poeta Cientista, gostei de ler esta mensagem e verifico o teu empenho no cumprimento da palavra (compromisso) e nas amizades que vais construindo, não esquecendo a reciprocidade das amizades.
O “mundo” é de todos e efectivamente esse teu “xará” merece o apoio e consideração de todos.