Os sabugalenses e os pais e avós de muitos residentes na aldeia de Quarta Feira uma anexa pertencente à Aldeia Histórica de Sortelha encontraram no minério uma fonte de rendimentos no início dos anos 40 em consequência da Segunda Guerra Mundial. Na nossa região do Sabugal, em geral o minério era o volfrâmio. Mas aqui bem perto, na Quarta Feira, era mesmo urânio, metal bem mais «forte» e perigoso.

Realizou-se no passado dia 19 de janeiro na aldeia de Quarta Feira, anexa da Aldeia Histórica de Sortelha o 1.º Encontro dos Ex-Mineiros de Urânio da ENU (Empresa Nacional de Urânio).
Rui Marques, presidente do Centro de Convívio Cultural e Desportivo de Quarta Feira, destacou em comunicado «a realização na Quarta Feira, anexa de Sortelha, o primeiro encontro dos ex-mineiros de urânio».
«Um dos objectivos deste Encontro passou pelo esclarecimento sobre programas de saúde e também sobre as indemnizações aos familiares dos mineiros falecidos com cancro», acrescentou.
Rui Marques aproveitou ainda para recordar alguns dados históricos sobre a região:
«Ao que se sabe, a exploração mineira de Quarta Feira terá começado na época dos Romanos e prolongou-se até finais do século passado. Das três minas – Bica, Carrasca e Vald’arca –, foi explorado urânio, rádio e plutónio. Quem trabalhou na recolha de urânio correu riscos de saúde imensos, mesmo que nunca tenha tido noção desse risco.»
A finalizar deixou a possibilidade de que todos já ouvimos falar: «Os minérios extraídos das minas de Quarta Feira podem ter sido utilizados na primeira bomba atómica. O urânio é, de facto, o elemento com o núcleo atômico mais pesado existente na natureza, sendo de registar a sua radioatividade, sendo utilizado na produção de energia nuclear.»
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Redação do Capeia Arraiana
(capeiaarraiana.pt)
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