«O pequeno contrabandista» | Às terças-feiras é tempo da poesia de Georgina Ferro. A poetisa raiana junta a sua sensibilidade artística ao amor e às memórias pelas gentes e terras raianas…

O PEQUENO CONTRABANDISTA
O vento forte fustigava o arvoredo
Assobiando como lobos a uivar
O pequeno tremia de frio e medo
Sem ter um cantinho onde se abrigar
Às costas, escondia um taleigo de trigo
Que acarretava para ajudar a sua mãe
Nessa noite escura, fria e sem abrigo
O pior de tudo era não ter ninguém, consigo
Entre o negrume da noite e a fúria do vento
Sem, ao menos, ter carava pelo caminho
Por lá andava, assim perdido e sozinho
De longe, escutava as velas dum moinho
Também elas, em doloroso lamento
Teriam medo ou seria, apenas, desalento?
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«Gentes e lugares do meu antanho», poesia de Georgina Ferro
(Poetisa no Capeia Arraiana desde Novembro de 2020)
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