07.01.1325 – 07.01.2025 – Comemorações dos 700 anos da morte de D. Dinis em… Odivelas | No quarto episódio do «Nem atam… nem desatam» vamos falar das comemorações em Odivelas dos 700 anos da morte de D. Dinis (7 de Janeiro de 2025). Sobre «Atas» destacamos as perguntas do vereador Pedro Figueiredo na reunião camarária de 31 de Janeiro de 2024. Ele há coisas!… (4)
Dinis de Portugal com os cognomes de «O Rei Lavrador» e «O Rei Trovador»,
nasceu em Lisboa a 9 de outubro de 1261 e faleceu em Santarém a 7 de janeiro de 1325.
Foi Rei de Portugal e do Algarve de 16 de Fevereiro de 1279 até sua morte.
A 12 de Setembro de 1297 assinou o Tratado de Alcanizes com Maria de Molina,
regente do Reino de Castilha y Leon em nome de Fernando IV (menor de idade).
Era o filho mais velho do rei D. Afonso III de Portugal e sua segunda esposa D. Beatriz de Castela
A Câmara Municipal de Odivelas (CMO) associou-se à Casa Real Portuguesa na realização das exéquias fúnebres d’El Rei D. Dinis que decorreram a 4 de janeiro na igreja do Mosteiro de Odivelas onde estão os restos mortais do monarca. No dia 7 de Janeiro de 2025 passam 700 anos da morte do Rei que influenciou para sempre os territórios de Riba-Côa com a assinatura do Tratado de Alcanizes.
Na cerimónia, promovida no âmbito das comemorações dos 700 anos da morte do rei, marcaram presença o Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, e Dom Duarte, Duque de Bragança, que assistiram à guarda de honra junto ao túmulo do monarca e à celebração de missa solene presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério. O momento contou, ainda, com a veneração de relíquias da Rainha Santa Isabel e com um momento cultural a cargo do Coro da Imaculada Conceição, de Almeirim.
A Cruz da Ordem de Cristo, símbolo que adornou, entre outras, as caravelas portuguesas durante os Descobrimentos esteve presente na frente do altar durante a cerimónia litúrgica.
Na Igreja do Mosteiro de Odivelas estiveram também os vereadores da autarquia Edgar Valles, João António, Ana Isabel Gomes e Florentino Serranheira, os Chefes dos Estados-Maiores da Armada, do Exército e da Força Aérea, os quatro Presidentes das Juntas de Freguesia concelhias, bem como o antigo Presidente da CMO, Manuel Varges, e a Conselheira Municipal para a Igualdade, Hortênsia Mendes, entre muitos outros.
(fotos: CM Odivelas)
D. Dinis, «O Rei Raiano»
El Rei D. Dinis (que podia perfeitamente ter o cognome de «O Rei Raiano») foi o sexto rei de Portugal. Subiu ao trono com apenas 17 anos e reinou durante 46 anos. Foi um dos principais responsáveis pela criação da identidade nacional e da consciência de Portugal enquanto nação independente.
Em 26 de Junho de 1282 em Trancoso desposou Isabel de Aragão que ficaria conhecida como Rainha Santa.
Em Em 1 de Março de 1290 assinou na cidade de Leiria o documento «Scientiae thesaurus mirabilis», intermediado e confirmado pelo Papa, criando o «Estudo Geral» no Largo do Carmo, em Lisboa, onde foram lecionados Direito Civil, Direito Canónico, Artes e Medicina. Em 1308 foi oficialmente transferido para Coimbra e designado como Universidade.
Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. D. Dinis ordenou a exploração de minas de cobre, prata, estanho e ferro e organizou a exportação da produção excedente para outros países europeus.
Em 1312 fundou a Marinha Portuguesa, nomeando 1.º Almirante de Portugal, o genovês Manuel Pessanha e ordenando a construção de várias docas.
Teve uma importante política de fomento da agricultura, daí ter sido chamado «O Lavrador».
Entre 1322 e 1324 o herdeiro, futuro Afonso IV, receoso que o favorecimento de D. Dinis ao seu filho bastardo, Afonso Sanches, o espoliasse do trono, exigiu o poder e combateu o pai.
«Conhecemos 137 cantigas da sua autoria, distribuídas por todos os géneros (73 cantigas de amor, 51 cantigas de Amigo e 10 cantigas de escárnio e maldizer), bem como a música original de sete dessas cantigas descobertas casualmente em 1990 pelo Prof. Harvey L. Sharrer, no Arquivo da Torre do Tombo, num pergaminho que servia de capa a um livro de registos notariais do século XVI, e que ficou conhecido como “Pergaminho Sharrer”. Os seus filhos naturais Afonso Sanches e Pedro Afonso, seguiram os passos do pai, e compuseram, como ele, uma extensa obra.» (com Wikipédia).
A 12 de Setembro de 1297 na localidade espanhola de Alcañices definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes que influenciou fortemente os limites dos territórios raianos do Sabugal. Com este acordo Portugal e Espanha registam as fronteiras mais antigas da Europa.
Lenda do Milagre das Rosas no Largo do Castelo das Cinco Quinas no Sabugal
Conta a lenda que o rei D. Dinis foi informado sobre as despesas que implicavam para o tesouro real as ações de caridade da rainha D. Isabel e decidiu confrontar a rainha.
Foi ao seu encontro no Largo do Castelo das Cinco Quinas do Sabugal e ela atrapalhada procurou disfarçar o que levava no regaço. O rei mostrou curiosidade em saber o que transportava e D. Isabel respondeu: «São rosas, meu senhor! São rosas!»
Mas nas terras frias e geladas da Raia não é possível haver rosas em Janeiro e D. Dinis obrigou-a a abrir o manto e revelar o que estava lá escondido.
A rainha Isabel mostrou então, perante os olhos espantados de todos, as belíssimas rosas que guardava no regaço. Por milagre, o pão que levava escondido tinha-se transformado em rosas.
Ainda hoje há quem diga que o perfume de rosas se mantém no Largo do Castelo das Cinco Quinas do Sabugal.
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>> Gosto de dizer (e afirmar) que El Rei D. Dinis foi o meu primeiro Rei. Porquê? Porque as minhas raízes são do «lado de lá do Côa» e como tal só passei a ser português após o Tratado de Alcanizes. Vale o que vale mas não abdico deste «certificado» e nunca tenho dúvidas quando me perguntam qual é para mim o mais importante Rei de Portugal. Assim aqui fica a minha homenagem e os meus agradecimentos à Câmara Municipal de Odivelas no dia em que passam 700 anos sobre a sua morte.
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Documentários da LocalVisãoTV sobre o que une os territórios do Sabugal e de Odivelas com os professores historiadores Maria Máxima Vaz e Adérito Tavares… [aqui] e [aqui]
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Atas das reuniões de 31 de Janeiro e 14 de Fevereiro de 2024 da Câmara Municipal do Sabugal
Na reunião ordinária de 31 de Janeiro de 2024 da Câmara Municipal do Sabugal (Ata 03/2024) e antes da Ordem do Dia o vereador Pedro Figueiredo interviu para colocar sete, bem elaboradas, questões. Destacamos a número cinco… «O que falta para que a marca “Algu do Sabugal” seja uma realidade e se não teria sido melhor anunciar a criação da marca depois da estrutura pronta?»
Em resposta o senhor presidente da Câmara, Vítor Proença, afirmou: «Sobre a marca “Algu” disse que o processo não decorreu da melhor maneira e será analisada a situação com a empresa. Referiu que haverá reunião com a empresa na sexta-feira e será definida uma data precisa, transmitindo a informação na próxima reunião de Câmara.»
Na reunião de 14 de Fevereiro da Câmara Municipal do Sabugal (Ata 04/2024) e salvo melhor opinião (não me foi possível ler todas as atas posteriores) nada mais foi informado e nada mais foi questionado. Merecedor de destaque na mesma reunião a aprovação de 70 mil euros de apoio à ADES.
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>> A marca «Algu do Sabugal» apresentada no dia 15 de Julho de 2022 na III Feira do Touro e do Cavalo do Soito é um projeto camarário de «interessantíssimas» mais-valias. Voltaremos ao tema um destes dias.
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«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
(Fundador e Director do Capeia Arraiana desde 6 de Dezembro de 2006)
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