Às terças-feiras é tempo da poesia de Georgina Ferro. A poetisa raiana junta a sua sensibilidade artística ao amor e às memórias pelas gentes e terras raianas…
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ERA NATAL
Quando é o Natal? – perguntou a menina.
Azeitonas numa das mãos, roxas de frio
Uma mãozinha por crescer, tão pequenina
Mais gelada que a neve e a água do rio
Que sabia ela do Natal e de prendas
Se, no seu casebre na encosta da serra
Magia, apenas, eram contos e lendas
Que o pai contava antes de ir para a guerra
Se o pai voltasse podiam ir à aldeia
Talvez, por lá andasse, o Menino Jesus
E lhe desse uns sapatos para seus pés nus
Ou, então, um codorno de pão para a ceia
Uma mantinha quente, uma filhós,
Um pedacinho de bolo de mel e noz.
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«Gentes e lugares do meu antanho», poesia de Georgina Ferro
(Poetisa no Capeia Arraiana desde Novembro de 2020)
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