Pela primeira vez, há sempre na vida uma primeira vez, assisti à gravação do concurso «Preço Certo», nas instalações da RTP, no estúdio 1 -Luís Andrade, em Lisboa, na Avenida Conselheiro Emídio Navarro que além de professor desempenhou as funções ministeriais nas obras públicas e na agricultura, onde desenvolveu uma importante reforma agrícola. Nos tempos de hoje era bem necessário neste, como em outros sectores, principalmente no da Justiça…
Estou programa desde o seu nascimento é apresentado ao respeitado público televisivo, por uma grande equipa, sob a mestria do actor Fernando Mendes.
É obra… há vinte e três anos, vai para o ar o mais antigo programa, com uma das maiores audiências nacionais transmitido diariamente, numa hora nobre, que até a neta de Mário Soares via o «Preço Certo», antes do telejornal e do jantar como fez referência no seu discurso de homenagem ao centenário de nascimento do seu avô.
Num espaço psicadélico e durante sete horas foram gravados três programas com a participação de mais de uma centena de participantes, vindos de Aldeia de Joanes, Fundão, onde estava integrado, de Corroios, Santa Comba Dão, Coimbra, Leiria, Caldas da Rainha, Felgueiras, Ansião, Sines, Martin Longo – Algarve, Cascais, Sintra, Entroncamento.
De Aldeia de Joanes, Fundão, a convite de Fernando Ribeiro Cruz, o selecionado para o «Preço Certo», seguimos dez pessoas.
Numa conversa com a esposa de Fernando Cruz, emigrante há muitos anos na Suíça, na zona administrativa de Schwz, de língua alemã, tem lutado através da missão de presidente da Escola de Língua Portuguesa, que as autoridades suíças cederam um edifício publico e funcionária, para que as crianças dos emigrantes portugueses aprendam a Língua de Camões, que festejamos os 500 anos do seu nascimento.
Não tem sido fácil mudar as mentalidades, porque muitos pais alegam que os seus filhos menores, não precisam de ir à escola, aprendem no ambiente familiar, outros não tem necessidade de a aprender, outros alegam que o filho já tem muitas actividades, estão muito ocupados e não tem tempo para frequentar as aulas nas tardes de dois dias por semana.
Betão, o incansável animador do estimado público, na apresentação com sotaque brasileiro, não se esqueceu de agradecer a todos os participantes neste concurso do passado e do presente, «graças a vós, temos as nossas profissões mantidas, temos emprego».
Graças à dinâmica do Betão, nome tão significativo da língua portuguesa, foi o «orientador técnico», o mordomo da festa, com intervenções, cantarolas, anedotas, momentos musicais, mimicas, para que a populaça presente estivesse sempre activa. As gravações decorreram com muito entusiasmo, alegria, palmas, cantigas, (não faltou o fado e a música pimba), risos, festa popular…
Quase todas as equipas levam lembranças tradicionais da sua região, e a nossa equipa não foi excepção, que vou descrever, uma peça de olaria, elaborada na Casa dos Ofícios da freguesia do Telhado, uma povoação onde aquele actividade em tempos idos era o ganha pão, naquela aldeia de oleiros. A sua recuperação está inserida num programa, que pretende a recuperação de um trabalho, da qual vivia a economia de uma comunidade, cujo comercio se estendia a terras da Beira Baixa e Beira Alta, chegando ao concelho do Sabugal.
«Duas Flores» símbolos da Romaria da Santa Luzia, que todos os anos se realiza no dia 15 de Setembro, (feriado municipal do Fundão) na freguesia do Castelejo, onde se congregam milhares de romeiros.
Um galhardete da freguesia de Aldeia de Joanes, em que o seu brazão com uma grande carga histórica, a Fonte de Mergulho encimada com a Cruz da Ordem de Cristo, situada na zona medieval, revelador da importância desta localidade antes e depois da nacionalidade até á Idade Média, conforme documentação vária na Torre do Tombo e em páginas diversas do livro, «A Ordem de Cristo na Diocerse da Guarda – Contributos para a História da Diocese», da autoria de António Joaquim Fernandes Soares.
Um CD, edição da Junta de Freguesia, com o título «Ao Cimo dos Olivais», com música e letras genuínas das gentes de Aldeia de Joanes, que teve muito sucesso.
Um livro do «Pad’Zé – O Cavaleiro da Utopia», foi estudante no Colégio dos Jesuítas em Louriçal do Campo, Castelo Branco, abandonou os estudos, seguindo para Coimbra, onde fez a formatura em Direito. Foi o fundador da Queima das Fitas em Coimbra, onde todos os anos é recordado, principalmente nas montras das livrarias daquela cidade.
Não faltou a entrega de um livro de receitas culinárias à base do fruto, que toda a gente fala e a maioria saboreia, a cereja. Também não podia faltar num bolo de uma pastelaria fundanenses.
Chegámos ao «Preço Certo» com as mãos vazias, deram-nos no intervalo das gravações umas sandes e um sumo, saímos com igualmente de mãos vazias, os elementos da nossa equipa nada ganharam, mas repletos de vivências que nunca mais serão esquecidas.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2012)
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