Neste segundo episódio do «Nem atam… nem desatam» vou recordar uma Grande (com «G») e doce iniciativa camarária. O investimento criativo em pastelaria tinha tudo para ser um sucesso mas, afinal, faz lembrar aqueles concursos públicos que ficam sem… interessados. Ele há coisas!… (2)
Sucesso regional, nacional e internacional do famoso pastel «Quinas»
Um destes dias perguntaram-me onde podiam comprar o «famoso» pastel de castanha Quinas do Sabugal para embelezar a mesa natalícia. Respondi que não sabia mas ia tentar saber. Mas antes vamos recordar o «nascimento» da tão famosa doçaria sabugalense…
Em 10 de novembro de 2021 o Município do Sabugal destacava em clima de festa que o pastel de castanha «Quinas» tinha sido divulgado no programa «Portugal em Direto» da RTP. Na excelente reportagem que deu a conhecer ao mundo o nascimento do maior produto da doçaria raiana ficámos a saber pelo Chef Rui Cerveira que o desafio tinha sido lançado pelo município «já há cinco anos» ou seja, no dia 10 de novembro de 2016, por ocasião do dia do concelho. Mais oficial que isto é impossível!!!
Aqui ficam algumas certezas de então…
1.ª – «O pastel de castanha “Quinas”, confecionado por três produtores do Sabugal, é uma referência gastronómica concelhia procurada por residentes e por naturais do território que vivem em outros pontos do país e no estrangeiro.»
2.ª – Amadeu Neves, vereador com o pelouro do Turismo na autarquia do Sabugal, esclareceu: «O “Quinas” surgiu com o objetivo de rentabilizar a castanha produzida localmente. Nós desafiámos o único chefe a laborar, na altura, no concelho, que era o Rui Cerveira, do Casteleiro, da Casa Esquila, e ele foi-nos apresentando algumas alternativas de pastel. Lembro-me que experimentámos e provámos mais de uma dúzia de tentativas, até que chegámos a esta solução. Para além de ter castanha, quisemos que fosse desenvolvido com o máximo de produtos endógenos.»
3.ª – E para que não restem dúvidas: «O pastel já funciona como um verdadeiro “embaixador gastronómico” concelhio, sendo a sua comercialização efetuada ao longo do ano, mas “o seu auge de venda” acontece anualmente durante a realização do “Sabugal Presépio”, um evento que acontece na época do Natal.»
4.ª – O chefe Rui Cerveira fez «23 variações diferentes” e o “Quinas” escolhido foi uma das últimas opções, tendo-se afirmado, logo no dia da apresentação, como “um sucesso”».
5.ª – Forte investimento camarário… «O município do Sabugal fornece aos produtores caixas de cartão próprias para o pastel, com a forma de pentágono, onde é possível acondicionar cinco unidades.»
>> O «Quinas» é um verdadeiro caso de sucesso político-pasteleiro. Infelizmente não consegui ajudar quem me perguntou se eu sabia como comprar o famoso pastel. Se alguém souber…
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Ata N.º 23/24, de 25 de setembro de 2024
A ata n.º 23/24 da reunião ordinária de 25 de setembro de 2024 da Câmara Municipal do Sabugal no capítulo do «Gabinete de Apoio Jurídicos», no seu ponto 1.2 respeitante a «Rescisão de contrato de exploração de bar/esplanada das piscinas municipais e marcação de hasta pública» é esclarecido que:
«Face à informação registada (…) referente à abertura de concurso público para atribuição de três licenças de transportes públicos de aluguer de veículos ligeiros de passageiros – táxi (…)»
>> A ata foi aprovada na reunião seguinte por todos os vereadores do executivo camarário. A dúvida fica na relação entre piscinas municipais e táxis… acho eu!
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Prometemos voltar com o «Nem atam… nem desatam»!
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«A Cidade e as Terras», opinião de José Carlos Lages
(Fundador e Director do Capeia Arraiana desde 6 de Dezembro de 2006)
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A Câmara Municipal do Sabugal enviou-nos, para conhecimento, a informação de onde se vende o Quinas:
«- Lucinda de Sortelha, que confeciona habitualmente e por encomenda
– Leopoldina das Quintas, que confeciona habitualmente e por encomenda
– Ilda da Nevão
– Micael da Sabores e Sensações
– Ana dos Fóios, é recente
O próprio Rui do Esquila todas as semanas tem encomendas,
No Trail do lince distribuímos aos participante 250 pastéis Quinas.»
Agradecemos a informação atualizada até porque quando fizemos uma pesquisa no site da Câmara não encontrámos qualquer referência aos locais de venda do dito pastel.
É mesmo um nó difícil de desatar. E o mais interessante disto tudo, aprovam e assinam documentos sem uma leitura atenta, como faz qualquer “corrector de provas” que prima por uma cuidadosa leitura do livro que tem entre mãos e só com a sua aprovação vai para provas finais. Depois da leitura dessas provas finais, tudo fica bem se os erros estão corrigidos e os pontos nos is… assim vai o concelho… é interessante uma leitura das actas do nosso município que com o hábito de decidirem as coisas “face à informação registada com o nº……” , foi coisa que nunca entendi!
Fico mais aliviado ao saber que há outras pessoas a pensar o que isso quererá dizer.
Obrigado pela leitura e interpretação. Assim começo a perceber…
Com desejos de Boas Festas aos leitores do Capeia Arraiana e aos seus responsáveis, envio cumprimentos.