Henrique Luís Feijó da Costa publicou em 1857 o livro «Descripção das Armas Reaes de Portugal. Dos brazões das cidades e das principaes villas do Reino, e explicação das insignias d’algumas dellas». Reproduzimos o que diz sobre o «Brasão de Armas do Sabugal» e o «Brasão de Armas de Sortelha». O documento está guardado na Torre do Tombo.
Descrição do Brasão de Armas do Sabugal
O nome desta Villa derivou-se dos muitos sabugueiros que ali havia quando se fundou. Tem por brasão no meio do escudo um sabugueiro e uma chave sendo esta uma alusão ao antigo castello que defendia a Villa.
Descrição do Brasão de Armas de Sortelha
Sortelha tem por brasão um anel, e antigamente meia lua donde se diz ser fundação dos moiros. Veja-se Henrique Luís Feijó da Costa em Descrição das Armas de Portugal.
Henrique Luís Feijó da Costa
Henrique Luís Feijó da Costa (1842-1864) em resultado das suas pesquisas, coligiu um volume publicado em 1857, a expensas da sua família, sob o título Descripção das Armas Reaes de Portugal. Dos brazões das cidades e das principaes villas do Reino, e explicação das insignias d’algumas dellas. O seu texto mesclava a menção das origens lendárias com a procura de fatos documentados.
Texto da Torre do Tombo
Henrique Luís Feijó da Costa (1842-1864) nasceu a 10 de Outubro de 1842, sendo filho de José Luís da Costa e de D. Maria do Carmo Feijó de Sousa e Mello; era neto materno de José Feijó de Mello e Albuquerque, chanceler-mor do Rio de Janeiro, e sobrinho de Diogo António Feijó, bispo de Mariana e também ele personagem grada do Império do Brasil. (CHAGAS, M. Pinheiro, op. cit., pp. 17-20).
O autor entroncava, pelo lado materno, numa linhagem da alta sociedade brasileira, e viria a dedicar-se aos estudos de história da arte, nos quais se distinguiu. Este precoce investigador, intrigado com os enigmas colocados pelos emblemas coloridos que admirara nas festas da aclamação de D. Pedro V, dedicou-se ao estudo das fontes da heráldica municipal.
Em resultado das suas pesquisas, veio a coligir um volume publicado em 1857, a expensas da família, sob o título Descripção das Armas Reaes de Portugal. Dos brazões das cidades e das principaes villas do Reino, e explicação das insignias d’algumas dellas.
O opúsculo contava meia centena de páginas, iniciando-se com uma breve dissertação sobre a origem e as variações históricas das armas reais. Logo aí, o autor revelava certo espírito crítico: ao invés de se cingir à explanação mítica tradicional, o seu texto mesclava a menção das origens lendárias com a procura de factos documentados, num esboço polémico que incluía um incipiente “estado da questão” sobre o tema das armas reais vista à luz da discussão, então em curso, em redor do milagre de Ourique. Seguiam-se, por ordem alfabética, as armas das cidades e vilas principais do reino. Todas apresentavam o respectivo ordenamento heráldico, embora só para algumas Feijó da Costa tivesse encontrado qualquer género de explicação; limitação que, aliás, deixara explícita no próprio título do volume.
Ao todo, eram dadas à estampa as descrições de 84 armas municipais. […] Dava-se primazia às armas reais, entendidas como símbolo próprio não só do rei, mas sobretudo do reino e da sua continuidade, operada sob a égide dinástica: neste sentido, as variações da heráldica régia eram entendidas como resultantes de circunstâncias históricas, que aquelas espelhavam.
As armas das cidades e vilas formavam um conjunto que o autor procurou completar tanto quanto pôde, dando notícia de 82 povoações do reino e duas ultramarinas (Goa e Macau) apresentadas por ordem alfabética, numa espécie de rastreamento heráldico do território metropolitano. Desta forma, articulava-se a caracterização das armas do reino, representativas da organização política central, com as dos municípios, identificativas dos corpos administrativos locais. […]
:: ::
«Memórias de Sortelha», opinião de António Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019)
:: ::
Leave a Reply