:: :: 1995 :: :: A estreia autocaravanística teve lugar em viagem até Vila Nova de Milfontes. O ano foi intenso em viagens com passagens pelo Gerês, Guincho e Serra de Sintra. Com os alunos o destino foram os Pirinéus e a Catalunha com passagem por Madrid. Finalmente a grande viagem até à Escócia.
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1995
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Estreia autocaravanística de Milfontes ao Gerês!
O último trimestre de 1994 foi assinalado por uma estreia autocaravanística! Depois da experiência com a «pão-de-forma» adaptada para campismo, 10 anos antes o «bichinho» tinha cá ficado e comprámos uma autocaravana nova, uma Riviera 4! Paralelamente às actividades com alunos, durante os nove anos seguintes a autocaravana passou a ser uma das «bases» da minha ligação à Natureza.
A estreia foi em Vila Nova de Milfontes, no último fim de semana de Outubro, na companhia dos dois casais com quem deambulávamos mais frequentemente, um dos quais tinha igualmente comprado uma autocaravana nesse verão! Depois, no fim de Novembro, «novo acampamento», desta vez em Serpa com os tios que igualmente tinham uma autocaravana. Para terminar o ano «acampámos» em Tomar, no fim de semana dos 21 anos de casados.
E 1995 começava também com uma «aventura autocaravanística». A 8 de Janeiro, depois de um fim de semana em Monte Gordo a aventura de fazer voar a janela frontal quando o júnior a resolveu abrir em andamento!
24.02.1995 – Rumo ao Gerês!
Chegamos ao Carnaval de 1995. Que tal uns dias pelo Gerês os dois casais autocaravanísticos? O «projecto» foi rapidamente aprovado e a 24 de Fevereiro a Riviera e a Pilote estavam a partir rumo ao Gerês. Com uma primeira noite em Braga e a segunda no Parque da Cerdeira (então com pouco mais de dois anos e meio de funcionamento), iria ser um Carnaval na neve! Efectivamente, neste final de Fevereiro a Serra Amarela e a do Gerês cobriram-se de branco. A neve começou a cair estávamos ainda na Cerdeira, de onde subimos à Portela do Homem onde o nevão chegou em força. O vento trazia a neve dos lados do vale do Alto Homem, num espectáculo de rara beleza, deixando prever como estariam as alturas dos Carris e da Nevosa. Como o «bichinho» dos filmes continuava (e continua, até aos dias de hoje) o nevão foi registado em vídeo.
Receando que a estrada da Portela do Homem acabasse por encerrar, descemos às Caldas do Gerês, onde «acampámos» as autocaravanas em plena vila. E como estaria Pitões das Júnias? Seria seguro lá chegar? Bem, se as estradas estivessem intransitáveis, a única consequência seria regressar. Por isso lá fomos e não nos arrependemos!
A minha paixão pelo Gerês e por Pitões não a conhecia ainda com aquela dimensão de neve. As estradas estavam limpas mas tudo em redor era branco. Os Cornos das Alturas, toda aquela «minha serra», a cumeada que tinha percorrido com os alunos seis anos antes, os campos em redor da aldeia, tudo estava pintado de branco. Mas o Mosteiro de Pitões chamava por nós! E lá descemos ao vale do Campesinho. Junto àquelas paredes seculares, sentimo-nos recuar quase cinco séculos no tempo até àquele dia 2 de Fevereiro de 1501, em que Frei Gonçalo Coelho, Abade do Mosteiro de Santa Maria das Júnias, encontra a morte por enregelamento, depois de surpreendido pela noite, neve e frio intenso, junto à Fonte Fria, entre a aldeia galega de A Cela e Pitões.
Mas, regressando ao nosso século as Senhoras Marias serviram-nos mais uma vez um esplêndido e retemperador almoço. E à tarde ainda fomos a Tourém, passando depois a barragem de Salas e reentrando por Montalegre, através das terras do antigo Couto Misto. A jornada iria acabar em Guimarães porque no dia seguinte tínhamos de regressar.
Um mês depois desta «aventura», de 24 a 26 de Março, passávamos mais um fim de semana autocaravanístico no Parque do Guincho, também com uma pequena volta pela Serra de Sintra. A Riviera subiu à Peninha.
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24.04.1995 – Regresso aos Pirenéus nas terras de «L’últim ós de Pallars»
Da visita ao Alvão e Montesinho, com as minhas turmas de Ciências, e a Mérida com as turmas de Humanísticas, tinha resultado um grupo que, logo na altura, começou a sonhar com «outras aventuras».
Em estreita colaboração e amizade, eu e o colega que tinha organizado a ida a Mérida fomos assim pondo de pé, ao longo do ano lectivo de 1994/95, o projecto de uma actividade interdisciplinar nos Pirenéus. Seria a terceira vez a levar alunos meus, mas a primeira em que, à componente da montanha, da Natureza, das áreas protegidas, se aliava a componente da História e do património construído.
Assim, a 17 de Abril de 1995, estávamos a partir de Sacavém com alunos daquelas duas áreas, para uma actividade de oito dias nos Pirenéus. O meu filho mais velho fazia parte das turmas de Humanísticas e o mais novo, não tendo ainda chegado ao secundário, participou igualmente, como aluno da Escola. Professores éramos a equipa já habitual: um casal de «cientistas» e outro de Línguas e Literaturas, além do co-organizador, professor de História.
A «primeira etapa» terminou no Camping Osuna, em Madrid, cidade que deixaríamos para o regresso. No dia seguinte entrávamos em terras de Aragão, com uma breve visita a Zaragoza e Huesca. E a partir de Huesca entrávamos no paraíso. A componente histórica e arquitectónica deste périplo começou pelo Castelo de Loarre, considerado a fortaleza românica melhor conservada da Europa. Seguiram-se-lhe os Mosteiros de San Juan de la Peña, o Mosteiro Velho e o Mosteiro Novo, ligados à origem lendária do próprio reino de Aragão. Ao fim da tarde do dia 18, por Jaca e Biescas, estávamos a entrar em terras de Sobrarbe, um dos três condados que formaram aquele reino. Os bungalows do Camping de Fiscal iam-nos receber para as duas noites seguintes.
O terceiro dia desta «aventura» era dedicado à… «aventura»! Pela primeira vez, levava alunos a subirem o vale de Ordesa, onde havia estado 12 anos antes, no Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido. As duas anteriores excursões com alunos tinham sido para o vale de Pineta. E a subida do vale de Ordesa, a partir de Torla, revelou-se mais uma vez espectacular, ao longo do rio Arazas e das suas Gradas de Soaso, até à mítica cascata da Cola del Caballo, aos pés do Monte Perdido o «señor de los montes»! Ao longo desta suave ascensão, até perto dos 2000 metros de altitude começou a nevar copiosamente, neve que acompanhou todo o regresso, fazendo-nos sentir «perdidos debajo del Monte Perdido», no «país perdido de Sobrarbe», cantado pela «Ronda de Boltaña» (grupo folk aragonês).
E a neve iria caracterizar os dias seguintes. O objectivo era passar do Parque Nacional de Ordesa para o de Aigües Tortes por França, pelo túnel de Bielsa, à semelhança de 1985, com uma visita de passagem ao vale de Pineta. Ao vale de Pineta fomos mas a França não! O Parador Nacional Monte Perdido, o vale do Cinca, onde tínhamos acampado em 85 e em 88 tudo era agora uma imensidão branca. Muitos dos rapazes e raparigas que nos acompanhavam, nunca tinham visto neve mas… ao fim destes dias já nem leite podiam ver! É que, em Abril deste ano da graça de 1995 até em Madrid iríamos apanhar neve!
No acesso ao túnel de Bielsa, a estrada estava já completamente coberta de neve e gelo. Concluindo da impossibilidade de passar por França, fizemos meia volta antes do túnel e, mesmo assim, esperando que o limpa neves nos viesse «salvar» e a outros carros que ali se encontravam. É também aí que o colega de História vê, pela única vez na vida os pés passarem-lhe por cima da cabeça! Ao sair do autocarro e pôr os pés no chão gelado autenticamente «voou»!
O itinerário alternativo prosseguiu então por Castejón de Sos, entrando na Catalunha e no quase isolado vale de Arán, pequeno tesouro com identidade cultural, histórica, geográfica e linguística específicas. A capital da comarca é Viella, que atravessámos, para depois subir o curso do alto Garona, até ao Puerto de Bonaigua, a 2072 metros de altitude, junto à famosa estância de ski de Baqueira-Beret. A paisagem em redor era realmente uma paisagem surrealista. Desta vez a estrada estava felizmente limpa, mas tudo à volta nos fazia parecer que estávamos em pleno inverno, numa paisagem alpina em que tudo era de uma brancura imaculada. A fita estreita e sinuosa do alcatrão era o único elemento que nos prendia à realidade. Agora a descer para o vale d’Àneu, o nosso motorista tentava serenar os receios, falando sobre os múltiplos sistemas de travagem do autocarro enquanto o «prof» de História apenas lhe dizia: «Use-os todos! Use-os todos!»
Mas ao fim da tarde estávamos sãos e salvos no camping «La Presalla», em Esterri d’Àneu, onde passaríamos as duas noites seguintes. À beira do Noguera Pallaresa, Esterri d’Àneu é um dos concelhos da comarca de Pallars Sobirà, naquele que foi um dos últimos refúgios do urso pardo europeu nos Pirenéus o ós de Pallars. Próximo de Espot, Esterri d’Àneu foi a nossa base para a visita ao Parque Nacional de Aigües Tortes e Lago de São Maurício, e o «programa» foi igual ao que tínhamos feito 10 anos antes, também com alunos: de jeeps desde Espot ao Lago de São Maurício e depois a pé até ao Refúgio de Amitges (2380m de altitude). Só que desta vez havia 10 vezes mais neve! Os lagos de Ratera e de Amitges estavam completamente gelados e nalguns locais a progressão tornava-se complicada, enterrando-nos na neve por vezes até quase à cintura! Estávamos verdadeiramente num outro mundo! Mais do que nunca, as agulhas de Amitges e de Els Encantats pareciam saídas de um mundo encantado e distante. Se há momentos mágicos na vida, esta caminhada a Amitges e o regresso a Espot foram um deles.
E os momentos mágicos continuaram à noite: de regresso a Esterri d’Àneu e ao Camping, era mais indicado fazermos a habitual «última noite» ali do que no dia seguinte em Madrid. E o que se seguiu foram momentos mágicos de convívio, de amizade, de sã alegria de viver. Música, houve a de alguns brilhantes guitarristas no nosso grupo mas ao qual se juntaram o filho e filha do casal que geria o Camping, que connosco partilharam aquelas horas. Ele, filho das terras de Pallars e do Noguera Pallaresa, brindou-nos com uma espectacular interpretação de um seu poema, alusivo ao infeliz desaparecimento gradual do urso naquelas paragens «L’últim ós de Pallars». Mas para além da magia do momento, da música, do convívio o pessoal feminino estava também maravilhado com os alegados atributos estéticos daquele filho da catalã terra de Pallars!
E a «aventura Pirenaica» estava no fim. Faltava-nos o longo regresso a casa. Até às imediações de Lérida, o Noguera Pallaresa acompanhou-nos sempre, ao longo de uma paisagem igualmente de sonho. Sonho no qual mais de metade do autocarro efectivamente estava, pondo os sonos em dia. E, como já foi dito mais atrás, naquele dia 23 de Abril de 1995 até no percurso entre Zaragoza e Madrid apanhámos neve! Tudo o que aparecesse branco já enjoava…! A perspectiva de um eventual nevão, ou de chuva, levou-nos aliás a trocar a prevista dormida em tendas, no Camping Osuna, pelos respectivos bungalows, felizmente livres.
Um passeio nocturno por Madrid marcou o fim de mais esta digressão. Ao chegarmos a casa, levávamos mais uma vez as histórias e as vivências de oito dias passados em conjunto, aprendendo e convivendo, todos com todos, seguindo o lema: «Aprender convivendo e conviver aprendendo!»
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26.07.1995 – Rumo à Escócia
Agora que estávamos «autocaravanados», cerca de um mês depois da «aventura Pirenaica» com os alunos, de 19 a 21 de Maio, fazíamos um fim de semana no parque de campismo de Alcobaça. O mote foi o descanso, mas também, no sábado, um almoço de confraternização de naturais de Vale de Espinho, realizado nas Grutas de Santo António, na minha velha Serra d’Aire. Mais cerca de um mês e mais um fim de semana, agora na Arrábida, nos parques do Outão e CampiMeco, de 9 a 11 de Junho. E, de 14 a 16 de Julho, as duas autocaravanas e a «equipa» estreada em Outubro do ano anterior, ensaiava em São Pedro de Muel um projecto começado a esboçar alguns meses antes e que viria a ser a nossa maior viagem de sempre: «De Lisboa ao fim da Escócia e para além dele!»
Assim, a 26 de Julho de 1995, as autocaravanas punham-se a caminho, percorrendo em dois dias os 1400 kms que nos separavam do relativamente recente Futuroscope, em Poitiers. O «parque do futuro» foi realmente o nosso primeiro objectivo, bem como um dia passado em família, em Tours. E no último dia de Julho, partindo de Calais estávamos à vista das rochas brancas de Dover!
A primeira parte desta «aventura» percorreu o sul de Inglaterra, até ao mítico Land’s End, extremo ocidental da Cornualha.
Antes, contudo, havia «dois pontos obrigatórios»: a Blake’s Cottage, a casa onde viveu William Blake, em Felpham, no Sussex, e as pedras milenares de Stonehenge. Então com 17 anos, o meu filho mais velho, tão ou mais romântico do que Blake conseguiu mobilizar os outros 11 viajantes para o desvio por Felpham à procura da casa que era particular… só faltou entrar e pedir para ser convidado para o jantar!
Quanto a Stonehenge é um lugar sempre místico, onde nos sentimos recuar no tempo. Pessoalmente recuei 27 anos: em 1968 tinha igualmente contemplado o mais famoso círculo de pedras pré-histórico, com meus pais, durante uma viagem por Inglaterra e pela Irlanda.
Land’s End é outro ponto mágico. Sente-se ali o «Fim da Terra», como o sentimos no nosso Cabo da Roca, como o sentira 31 anos antes no Cabo Norte, nas Terras do Sol da Meia Noite, como no Finisterra galego… ou como o sentiríamos uma semana depois no «fim» da Escócia! Estávamos no extremo SW da ilha da Grã-Bretanha a 1400 kms de John o’ Groats, o extremo NE!
Ligada também às lendas arturianas, a Land’s End seguir-se-ia o castelo de Tintagel, o lendário local onde teria nascido o não menos lendário Rei Artur.
E a jornada prosseguiu pela esplêndida costa norte da Cornualha, atravessando o Parque Nacional de Exmoor, rumo a Bath. O País de Gales ficaria para outras «núpcias», e começámos a «corrida» para o norte: Liverpool (onde recordámos os Beatles), Lancaster e estávamos no paraíso de Lake District. Lake District é uma sucessão de paisagens espectaculares, de lagos e de florestas, celebrizada pelos escritos e poesia de William Wordsworth, normalmente considerado o maior poeta romântico inglês. Acompanhar o lago de Windermere é um convite ao romantismo e à poesia e às caminhadas, para as quais, numa viagem com estas características, raramente há tempo suficiente.
No dia 8 de Agosto, 14 dias depois de sair de Lisboa estávamos a entrar em terras escocesas.
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08.08.1995 – No fim da Escócia e para além dele!
No périplo britânico iniciado duas semanas antes, no dia 8 de Agosto de 1995 estávamos a entrar na Escócia pela «fronteira» de Gretna, entre Carlisle e Lockerbie. De Glasgow, dirigimo-nos rapidamente para norte. As paisagens escocesas iam começar a maravilhar-nos, primeiro ao longo do Loch Lomond, depois atravessando as esplêndidas florestas de Argyl. Por Inveraray e Connel, a paisagem aliava o verde das florestas ao azul dos Lochs e do mar, o mar das Hébridas interiores, do Mull of Kintyre, o mar do qual aliás vários Lochs são autênticos fiordes, como o Loch Fyne ou o Loch Linnhe, no qual o Castelo de Stalker parece acabado de sair das velhas lendas e contos escoceses.
Fort William, ao fundo do Loch Linnhe, abre-nos de certo modo a porta para as Highlands escocesas, ou não ficasse aos pés da mais alta montanha da Grã-Bretanha, o Ben Nevis (1344m). E em Fort William tivemos uma exibição surpresa de um jovem gaiteiro, trajando a rigor e brioso da sua típica gaita de foles escocesa.
E as paisagens de sonho levavam-nos ao mais famoso Loch da Escócia… o Loch Ness. No Castelo de Urkuhart, à beira do lago esperámos em vão que a famosa Nessie se erguesse das águas!
Próximo de Inverness, inflectimos definitivamente para norte. Ao longo da costa leste da Escócia, parecia que sentíamos o «cheiro» do Ártico! Mergulhões, andorinhas árticas e muitas outras aves aquáticas mostravam-nos que estávamos realmente a caminho do fim de uma terra, da terra escocesa «continental».
No dia 10 de Agosto chegávamos a John o’Groats, no fim da Escócia. No mesmo dia 10 de Agosto, mas de 1968, uns dias antes de completar 15 anos tinha também chegado à «Last House in Scotland»!
John o’Groats é um «lugar mágico», um destino mítico, como o Cabo Norte ou o nosso Cabo da Roca. Ali, frente ao North Sea, sente-se o «fim da terra» e sente-se o apelo para ir mais além! As ilhas Orkney estavam à vista e, ao contrário de há 27 anos atrás, havia barco a partir de John o’Groats! Assim no dia seguinte pela manhã estávamos a embarcar para as Orkney Islands! O barco faz serviço conjunto com uma visita guiada de autocarro, nas Orkney. O inglês do motorista e guia mais parecia sueco, ou norueguês, o que mais acentuou a nossa sensação de que estávamos num «outro mundo». Mas era verdade que estávamos praticamente à latitude de Oslo, era verdade que a noite durava pouco mais de seis horas e que o Sol reinava durante as restantes mais de 17 horas!
O arquipélago das Orkney compreende cerca de 70 ilhas, das quais as mais a sul se ligam à ilha principal – a Mainland – pela Churchill Barrier, uma estrada sobre o mar. O autocarro levou-nos assim de Burwick, a povoação mais a sul, até à capital – Kirkwall – e a Strömness, a segunda cidade. Mas outros atractivos importantes na ilha principal são os vestígios pré-históricos de Skara Brae, considerados o assentamento neolítico melhor preservado da Europa, e o anel megalítico de Brodgar. E da costa nordeste desta Mainland viam-se as ilhas próximas, a norte. Mais a norte ainda ficam as Shetland.
De regresso a John o’Groats, o dia 12 foi dedicado à costa norte, do Duncansby Head a Durness, passando pelo verdadeiro ponto mais setentrional da Escócia continental e da Grã-Bretanha, Dunnet Head, e pelas grutas de Smoo, conjunto de fantasmagóricas cavidades rochosas junto ao mar.
E em Durness pode-se dizer que começou o regresso a casa, a «corrida» para sul. Estávamos a mais de 1200 kms de Londres onde chegaríamos cinco dias depois. Pelo meio esteve Edimburgo, claro, a capital da Escócia, percorrendo depois o leste e centro de Inglaterra, com paisagens bastante menos rurais e bastante mais industrializadas.
A ilha santa de Lindisfarne e o que resta da floresta de Sherwood foram as únicas áreas naturais a assinalar mas… não encontrámos Robin dos Bosques. «Encontrámos» Shakespeare em Stratford-upon-Avon, visitámos Oxford e Londres e Paris completaram este périplo britânico. Paris é sempre Paris!
Londres ainda teve contudo a curiosidade de estarmos três noites em dois campings; o primeiro parecia um campo de concentração!
E com oito mil e quinhentos quilómetros percorridos, no dia 25 de Agosto estávamos em casa. Sete anos mais tarde completaria as ilhas britânicas, com outro périplo dedicado à Irlanda e a Gales!
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«Por fragas e pragas…», crónica e fotos (copyright) de José Carlos Callixto
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana)
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