Situado no Bairro Alto e fazendo parte do património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa o Convento de São Pedro de Alcântara merece sem dúvida uma visita…
CONVENTO DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA
quem vem do Príncipe Real
para o bairro alto, descobre
um quarteirão conventual
com um passado mui nobre
a São Pedro de Alcântara consagrado
o convento a que me estou a referir
também foi muito danificado
quando o terramoto se fez sentir
mandado no século XVII edificar
alegadamente pela divina inspiração
que o Marquês de Marialva teve a comandar
uma batalha na guerra da restauração
três corpos interligados
coexistem na perfeição
erguidos em anos diferenciados
mas casados com perfeição
a única nave da igreja é bela
com altares de talha dourada
pinturas e azulejos decoram a capela
com a vida franciscana retratada
Como jóia do convento considerada
a capela dos Lencastres é impressionante
toda em mármore ornamentada
no tecto uma pintura deslumbrante
austera a sacristia
guarda tesouros religiosos
muitas peças de eucaristia
artefactos bonitos e valiosos
serve de necrópole o mosteiro
a muitas figuras do passado
Manuel da Maia o engenheiro
também foi ali sepultado
como nos monumentos afins
também neste convento existem
celas, claustros e jardins
contando histórias que subsistem
O Convento de São Pedro foi edificado em 1680 devido ao voto do Marquês de Marialva militar vitorioso na batalha de Montes Claros (em pleno Alentejo) que se travou em 1665 entre tropas de Portugal e de Castela na sequência da restauração no nosso país.
Este convento foi habitado por monges arrábidos até 1833 altura em que as ordens religiosas foram extintas em Portugal, passando, desde essa altura, para a posse da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que ali instalou o serviço de recolhimento de órfãos.
A pequena mas acolhedora igreja é barroca e, entre outros, alberga um quadro do pintor Quillard além de bonitos azulejos.
A Capela dos Lencastres construída já depois da igreja e do convento é lindíssima pela pintura do tecto e pelas mármores que a decoram.
Já o convento propriamente dito terá sido muito grande, ocupando todo um quarteirão e nele podiam residir cerca de meia centena de religiosos.
Na visita ao convento tive a companhia do senhor Engenheiro Paulo Gomes da Silva a quem muito agradeço a disponibilidade e que gentilmente me indicou onde podia obter fotos do arquivo da SCML.
Resta acrescentar que estão previstas obras de reabilitação do monumento o que justificará provavelmente que eu volte ao tema depois de se concretizarem.
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«Quiosque da Sorte», poesia de Luís Fernando Lopes
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