Manuel da Maia foi uma grande figura do século XVII e XVIII. Engenheiro e arquiteto militar tem o seu nome ligado à reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755. E, já agora, aproveito para lembrar três anos no «Capeia»…
O HOMEM MANOEL DA MAYA
pelo legado que lhe sobreviveu
Manuel da Maia é dos tais
a quem a vida concedeu
figurar na galeria dos imortais
terá sido a sua ascendência
remediada ou pobre
mas a sua grande competência
valeu-lhe foro de nobre
foi engenheiro militar
chegou a ser brigadeiro
novo, começou por lecionar
teve como aluno dom José Primeiro
trabalhou em parte do projeto
das águas livres no aqueduto
como engenheiro e arquiteto
deixou ali grande contributo
já idoso é nomeado
guarda-mor do arquivo real
supostamente iria viver sossegado
não fora o terramoto brutal
nesse dia, quase octogenário
demonstra grande lucidez
com vigor extraordinário
vai à torre do tombo com rapidez
e com a sua orientação
foi possível preservar
toda aquela documentação
com tanta história para contar
sem descansar é chamado
para reconstruir a cidade
talvez seja o seu maior legado
apesar da sua provecta idade
morto terá sido sepultado
em São Pedro de Alcântara no convento
em lugar não assinalado
por isso aqui deixo o meu lamento
Como no dia 1 de novembro (depois de amanhã), passa mais um ano sobre o terrível terramoto que ficou para a história como o Terramoto de Lisboa decidi lembrar Manuel da Maia um homem que na sombra do Marquês de Pombal se destacou de forma decisiva na resposta às necessidades de recuperação da capital depois da tragédia.
Nascido em 1677 viria a falecer em 1768 com a provecta idade de 91 anos. No entretanto, um conjunto de participações em projetos e obras de grande envergadura e importância valeram-lhe várias comendas entre elas o título de Fidalgo que a sua ascendência remediada decerto não fazia prever.
Manuel da Maia era um homem considerado no Reino pelo que tinha feito durante toda a sua vida, mas o que ninguém poderia prever é que com cerca de oitenta anos o Engenheiro Mor do Reino e Guarda-Mor dos arquivos da Torre do Tombo viria a ter um papel tão preponderante primeiro no salvamento dos arquivos e depois na elaboração das plantas da reconstrução de Lisboa.
Manuel da Maia trabalhou praticamente até morrer, jaz em local não assinalado no convento de São Pedro de Alcântara ao Bairro Alto uma situação que decerto a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa solucionará aquando das obras de reabilitação do convento sobre o qual me debruçarei na próxima crónica.
Em Lisboa existe também uma avenida com o seu nome e uma escola na zona dos Prazeres que por acaso frequentei na minha juventude.
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Três anos de crónicas no Capeia Arraiana
Também no princípio de novembro se completa mais um ano das minhas crónicas aqui no «Capeia»…
Ah! Pois!
quando, faz agora três anos
comecei a ser publicado no Capeia
não tinha sequer planos
não fazia a mais pequena ideia
da importância deste jornal
para toda a região
que envolve o Sabugal
hoje, oitenta crónicas depois
e lidas as de outros autores
o Capeia já é, ah! pois!
um dos meus amores
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«Quiosque da Sorte», poesia de Luís Fernando Lopes
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