Quando ouvimos a expressão… «O Leão da Estrela» associamos logo a mesma ao filme que foi grande sucesso nos anos de ouro do cinema português. Arthur Duarte realizou essa obra-prima em 1947 e António Silva protagonizou no papel do impagável Anastácio.
O VERDADEIRO LEÃO DA ESTRELA
vou escrever a contar
a história de um leão
que acabou por se tornar
numa grande atração
estava no ocaso a monarquia
quando a Lisboa regressou
um africanista que trazia
uma fera que o afamou
o seu nome Paiva Raposo
a fera um leão brutal
que o explorador exibia orgulhoso
para pasmo do povo da capital
para todos o poderem ver
e por razões de comodidade
foi necessário escolher
um Jardim no centro da cidade
foi o da Estrela preferido
para mostrar o animal
e um recinto foi construído
perto da rua Pedro Álvares Cabral
o povo em romaria
lotava o espaço adjacente
nobre ou plebeu qualquer um queria
ficar o mais possível à frente
o êxito da iniciativa
foi talvez inesperado
mas a ideia foi positiva
e o sucesso inusitado
pois a fera foi adorada
todos queriam vê-la
e está assim contada
a história do leão da Estrela
Em 1870 o Jardim da Estrela recebeu um leão verdadeiro trazido de África pelo explorador Paiva Raposo que o exibiu no referido Jardim para gáudio do povo da capital e não só. Quem sabe se terá tido influência positiva na ideia da criação de um Jardim zoológico em Lisboa que viria a ser inaugurado em 28 de maio de 1884.
Por isso quando Anastácio (representado pelo grande António Silva) subiu para cima de um coqueiro e «pôs-se à coca» o já falado Paiva Raposo teria há muito aprisionado o leão que trouxe para Lisboa e que motivou romarias ao Jardim da Estrela.
Terá sido essa a primeira razão porque a expressão «Leão da Estrela» faz parte do imaginário da cultura de Lisboa.
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Filme «O Leão da Estrela»… [aqui]
Em 2015 foi feita uma refilmagem do filme homónimo de 1947 pelo realizador Leonel Vieira que conta no elenco com os atores Miguel Guilherme, José Raposo, Vítor Norte, Sara Matos, Alexandra Lencastre, Ana Varela, Dânia Neto, Manuel Couto, André Nunes e Manuel Marques.
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«Quiosque da Sorte», poesia de Luís Fernando Lopes
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