O distrito da Guarda tem tradicionalmente dividido os seus representantes para a Assembleia da República entre o PS e o PSD. Primeiro com quatro mandatos e atualmente com três. Nas últimas eleições o Partido Socialista elegeu dois deputados e o PSD o terceiro. Em 2024 o cenário mudou, e muito, com os três lugares a serem atribuídos a diferentes forças políticas: AD (34,12%), o PS (31,86%) e o Chega (18,59%). Assim, foram eleitos Dulcineia Catarina Moura (AD), Ana Mendes Godinho (PS) e Nuno Simões de Melo (CH). No concelho do Sabugal a votação indica resultados semelhantes aos do distrito com a AD em primeiro com 31,01%, o PS muito próximo com 29,97% (menos 62 votos) e em terceiro o Chega com 23,59%. Em destaque a nível nacional a maior afluência às urnas da história da democracia portuguesa com 6.140.289 votantes (66,23%). O Capeia Arraiana publica, neste artigo, os resultados finais nas 30 freguesias do concelho do Sabugal.

Nas eleições legislativas no distrito da Guarda a AD teve 34.12% e elegeu Dulcineia Moura (PSD), o PS foi segundo com 31.86%, elegendo Ana Mendes Godinho e o CHEGA ficou em terceiro lugar com 18.59%, elegendo Nuno Simões de Melo. O BE ficou em quarto lugar (2.7%), seguindo-se o ADN (2.56%), a IL (2.25%), a CDU (1.56%), o Livre (1.35%) e o PAN (0.96%).
A AD venceu nos concelhos do Sabugal, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda, Trancoso, Aguiar da Beira, Almeida, Guarda e Celorico da Beira. O PS foi o partido mais votado nos concelhos de Manteigas, Gouveia, Seia, Vila Nova de Foz Côa e Fornos de Algodres.

Concelho do Sabugal tripartido
No concelho do Sabugal venceu a AD-Aliança Democrática (PSD/CDS/PM) com 1851 votos (31,01%) ficando a pouca distância (62 votos) o Partido Socialista (PS) com 1789 votantes (29,97%) e o Chega (CH) em terceiro com 1408 (23,59%).
Resultados finais nas 30 freguesias do concelho do Sabugal
A AD venceu em 18 freguesias e empatou em uma.
O PS venceu em nove freguesias.
O Chega venceu em duas freguesias e empatou em uma.
Águas Belas – AD, 64 (41,83%); PS, 30 (19,61%) e CH, 27 (17,65%);
Aldeia da Ponte – PS, 65 (44,83%); AD, 29 (20,00%) e CH, 23 (15,86%);
Aldeia da Ribeira, Vilar Maior e Badamalos – AD, 69 (42,59%); CH, 37 (22,84%) e PS, 35 (21,60%);
Aldeia do Bispo – AD, 55 (42,31%); PS, 39 (30,00%) e CH, 21 (16,15%);
Aldeia Velha – AD, 71 (38,17%); CH, 49 (26,34%) e PS, 42 (22,58%);
Alfaiates – CH, 51 (35,42%); AD, 42 (29,86%) e PS, 35 (24,31%);
Baraçal – AD, 44 (40,37%); PS, 27 (24,77%) e CH, 22 (20,18%);
Bendada – PS, 144 (48,81%); AD, 72 (24,41%) e CH, 43 (14,58%);
Bismula – CH, 23 (32,86%); AD, 16 (22,86%) e PS, 13 (18,57%);
Casteleiro – PS, 64 (41,83%); Chega, 30 (19,61%) e AD, 27 (17,65%);
Cerdeira – AD, 31 (31,00%); PS, 28 (28,00%) e CH, 27 (27,00%);
Fóios – AD, 58 (39,46%); CH, 42 (28,57%) e AD, 25 (17,01%);
Lajeosa e Forcalhos – PS, 30 (33,71%); AD, 27 (30,34%) e CH, 24 (26,97%);
Malcata – PS, 47 (34,31%); CH, 34 (24,82%) e AD, 29 (21,17%);
Nave – AD, 35 (32,71%); CH, 32 (29,91%) e PS, 20 (18,69%);
Pousafoles do Bispo, Penalobo e Lomba – AD, 79 (35,43%); PS, 60 (26,91%) e CH, 34 (15,25%);
Quadrazais – PS, 56 (33,73%); AD, 41 (24,70%) e CH, 39 (23,49%);
Quintas de São Bartolomeu – AD, 32 (32,00%); PS, 28 (28,00%) e CH, 26 (26,00%);
Rapoula do Côa – AD, 44 (41,12%); PS, 25 (23,36%) e CH, 24 (22,43%);
Rebolosa – AD, 55 (46,61%); PS, 22 (18,64%) e CH, 21 (17,80%);
Rendo – AD, 42 (34,15%); CH, 42 (34,15%) e PS, 25 (20,33%);
Ruvina, Ruivós e Vale das Éguas – AD, 41 (38,32%); PS, 28 (26,17%) e CH, 14 (13,08%);
Sabugal e Aldeia de Santo António – AD, 467 (30,23%); PS, 447 (28,93%) e CH, 392 (25,37%);
Santo Estêvão e Moita – PS, 66 (38,37%); CH, 46 (26,74%) e AD, 32 (18,60%);
Seixo do Côa e Valongo do Côa – AD, 56 (46,28%); PS, 36 (29,75%) e CH, 14 (11,57%);
Sortelha – PS, 78 (39,20%); AD, 41 (20,60%) e CH, 39 (19,60%);
Soito – AD, 175 (31,65%); CH, 170 (30,74%) e PS, 133 (24,05%);
Vale de Espinho – AD, 64 (46,38%); PS, 35 (25,36%) e CH, 24 (17,39%);
Vila Boa – PS, 44 (33,59%); AD, 37 (28,24%) e CH, 32 (24,43%);
Vila do Touro – AD, 29 (33,72%); PS, 28 (32,56%) e CH, 19 (22,09%).
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Sinal Mais
> Para os Portugueses > Enorme participação dos portugueses nas Eleições Legislativas com 6.140.289 votantes (66,23%). Uma das maiores de sempre. Sinal de maioridade democrática e de que os portugueses consideraram estarem muitas questões do dia-a-dia em jogo.
> Informação durante a campanha eleitoral > A campanha eleitoral decorreu sem problemas de maior e os portugueses tiveram acesso a milhares de horas de comentários e informação na Comunicação Social. Chapeau.
Sinal Menos
> Para os «responsáveis pela aprovação» (Tribunal Constitucional?) da marca ADN > A desconfiança que o aumento de votantes no partido ADN tenha sido causado pela confusão criada com o nome e a marca da AD-Aliança Democrática. O semanário «Expresso» refere que «o ADN passou de 10.000 votos em 2022 para mais de 100 mil e pode ter “roubado” três deputados à AD». Amadorismo dos responsáveis da AD que não impugnaram a marca. Evitável.
> Presidente da República > A intervenção «desnecessária» e «estranha» de Marcelo Rebelo de Sousa nos últimos dias da campanha eleitoral. Final de mandato em queda de popularidade.
Pensamento final
> Chega > É incontronável o facto de o partido de André Ventura ter alcançado mais de um milhão de votos e de ter fortalecido a sua posição de terceira força política nacional com 48 deputados. Foi um dos grandes vencedores da noite eleitoral com destaque para o deputado em Beja e o partido mais votado no Algarve. Goste-se ou não se goste, seja ou não seja um voto de protesto, o partido vai ter uma intervenção «poderosa» na Assembleia da República.
> E agora Montenegro? > O «não é não» vai influenciar fortemente a estabilidade governativa do líder da AD que deverá ser indigitado para formar Governo depois de ouvidos todos os partidos pelo Presidente da República. Até porque como disse Pedro Nuno Santos na noite das eleições não acredita que em um milhão de portugueses que votou no Chega sejam todos racistas e chauvinistas. De facto a arrogância na política paga-se caro. A nível nacional e… a nível regional!
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«A Cidade e as Terras», por José Carlos Lages
(Fundador e Director do Capeia Arraiana desde 6 de Dezembro de 2006)
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