O Escutismo foi fundado em Portugal em 1923 e, seis anos mais tarde, em 1929, nasceu aquele movimento de jovens no Fundão. A publicação «Flor de Liz», órgão oficial do Corpo Nacional de Scouts, publica o seguinte texto: «São criados os Grupos n.º 51 e 53, com os patronos de São João de Deus e Nuno Álvares Pereira. Do Grupo 51 são designados os respetivos chefes, Rui Brás Pinto, Padre Gustavo de Almeida e do Grupo 53, João Paulo Fino, Padre João Paulo Fino e António Peixoto Barata.» Perante estes dados históricos o Escutismo existe no Fundão há noventa e cinco anos.

Em 1947 são extintos os Grupos e criados os actuais Agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas, que possivelmente os responsáveis fundanenses se tivessem esquecido desta realidade.
Assim o Escutismo no Fundão tem um período no «limbo», e só em 28 de Fevereiro de 1959, na Ordem de Serviço n.º 195, é fundado o Agrupamento 120, constituído pela Alcateia n.º 9 sendo seu patrono São João de Deus e a n.º 8, sob a proteção do Beato Nuno Álvares Pereira. É confiada a direcção do Agrupamento a José António da Silva Marques; Assistente, Padre Francisco Bento; Assistente Adjunto, Joaquim Mendes Serra; Secretário, Manuel Geraldes Marques; Chefe da Alcateia, Maria Henriqueta Emídio.
No dia 3 de Março, domingo, foram celebrados os sessenta e cinco anos de existência, iniciando-se a festa no Parque Escutista da Gardunha, Fundão, com novas instalações, (Deus escreve direito, por linhas tortas), uma exposição fotográfica, apresentação histórica do Agrupamento, a Eucaristia e um almoço partilhado.
Foram muitos os caminhos percorridos para chegar a esta significativa efeméride. Neste aniversário e para memória futura, para todos os que vivem estes ideais escutistas, e sejam sempre recordados, ficam aqui registados os nomes dos Chefes do Agrupamento e dos Assistentes Religiosos, que deram o seu melhor, que se empenharam na formação de muitas gerações de jovens.
Os Escuteiros e familiares, a sociedade em geral, têm de estar gratos a esta plêiade de Chefes do Agrupamento 120, cujos nomes não serão apagados: José António Santos Marques, José António Marques, João Ribeiro, Carlos Lopes, António Rocha, José dos Prazeres Joaquim, Carlos Homem Rodrigues, José Cerdeira, José Santos, Carlos Martins e Ana Patrícia Morgadinho Martins.
Os Assistentes Religiosos do Agrupamento a merecer toda a consideração e estima, verdadeiros amigos da família escutista, obreiros de uma pastoral próxima e juvenil: Padre Francisco Bento, Padre Manuel Soares Oliveira, Padre Manuel Joaquim Martins, Padre António Bernardino do Nascimento Barreiros, Padre Jorge Manuel Tavares Colaço (a quem se deve a aquisição e uso do Campus Gardunha aos Escuteiros) e Padre Hélder José Tomás Lopes.
Intervenções na cerimónia de aniversário
A Chefe do Agrupamento, Ana Patrícia, destacou:
«No dia 26 de Fevereiro de 1959, o nosso Agrupamento 120, hoje dia 3 de Março, estamos aqui reunidos para celebrar esta marca tão importante, os seus 65 anos.
Estes anos foram marcados por inúmeras histórias, desafios, sorrisos, lágrimas e muitas memórias inesquecíveis. Ao longo destes 65 anos o nosso Agrupamento tem formado gerações de jovens, ensinando valores como a solidariedade, o respeito, a responsabilidade e a entreajuda.
Quero agradecer a todos os escuteiros, pais, amigos, que fizeram parte do nosso Agrupamento, o seu empenho, a dedicação, o trabalho, porque sem eles, sem vocês aqui presentes, não estaríamos hoje a celebrar esta tão especial data. Desejo que continuemos a proporcionar a todos os nossos escuteiros, novas aventuras, novas conquistas e muitos sorrisos, e acima de tudo, que possamos ajudar a sua formação e educação para assim, contribuirmos para a construção de um mundo melhor.
Antes de terminar quero agradecer em meu nome pessoal e do Agrupamento, ao Município do Fundão, e à Junta de Freguesia por serem uns parceiros e aliados incansáveis. Ao Núcleo da Fraternidade Nuno Álvares do Fundão por estarem sempre de braços abertos, por nos ajudarem em tudo o que solicitamos.
À Junta Regional, aos Chefes dos Agrupamentos da nossa Região aqui presentes, às Guias, ao Comandante dos Bombeiros e da GNR do Fundão por se juntarem nesta data muito importante.
Aos Pais do nosso Agrupamento por dizerem sim, vamos nisto, contém connosco. Obrigado.
Por fim, mas não menos importante, aos lobitos, exploradores, pioneiros, caminheiros, dirigentes, obrigado, por acreditarem, que todos juntos somos capazes de fazer coisas belas e maravilhosas, mas acima de tudo para me permitirem crescer enquanto dirigente e pessoa. Parabéns 120.»
A vereadora da Camara Municipal do Fundão, Alcina Cerdeira, deu os parabéns e elogiou o trabalho desenvolvido por esta instituição na formação de jovens.
O Presidente da União de Freguesias do Fundão, Trindade Malícia, realçou a actividade, que durante várias décadas, o Agrupamento tem desenvolvido em prol dos jovens escuteiros.
A Chefe Regional do CNE, Sandra Bento, desejou longa vida, longa caminhada na formação da juventude.
O Comandante dos Bombeiros do Fundão, afirmou: «Foi com muita alegria que nos associámos a este movimento escutista, que tem na sua génese uma escola de valores, que os bombeiros também partilham. Os Bombeiros estão sempre disponíveis para partilhar conhecimentos e acções cívicas.»
A Chefia Regional, não podendo estar presente, delegou na fraterna, Ana Rita, a mensagem de que «estamos aqui para ajudar, como se tem feito há mais de vinte anos, o Agrupamento pode contar sempre com todos nós».
O Ex-Chefe de Agrupamento, José Prazeres Joaquim, que durante muitos anos se dedicou de alma e coração aos jovens escuteiros, agradeceu o convite para estar presente, e salientou o trabalho pastoral e no terreno realizado pelos Assistentes, Padre António Barreiros, Padre Jorge Colaço e Padre Hélder Lopes.
No final da sessão dos discursos, foram entregues àquelas instituições uma recordação muito significativa do 65.º Aniversário.
Decorreram a cerimónia das Promessas de Lobitos, de Exploradores e de um Caminheiro, sinais da vitalidade do Agrupamento, contrariando alguns velhos do Restelo, que afirmam que as instituições tendem a desaparecer.
As actividades comemorativas do aniversário terminaram com um almoço partilhado, com a presença das entidades atrás citadas, e a alegria da presença do Padre Jorge Manuel Tavares Colaço, que como ex-pároco do Fundão, foi um incansável assistente do Agrupamento 120 do Fundão e do fraterno do Núcleo da FNA, Padre António Gama.
Despedimo-nos ao som da música e letra do adeus…com votos de longa vida ao Agrupamento 120 do Fundão, sempre alerta para servir…, mas sempre atentos a ventos adversários.
Honra e glória para todos aqueles que tiveram no passado e têm no presente no seu pensamento, o voluntariado, em valores concretos realizados em acções escutistas, altruístas e sociais.
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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista no Capeia Arraiana desde Março de 2012)
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