Sobreveio a transição nas asas do sonho e, do folguedo de trinta e um, se voou à magia festiva do ano novo. As doze passas da meia noite selaram a mudança e prometeram boa sorte para cada dia, para cada mês do ano que despontava.

Chegava, pois, um janeiro com ar alegre que depressa esmoreceu no rescaldo da festa e acabou por desbotar no assumir resquícios de realidades antigas.
Despido de trajes enfeitados viu-se-lhe, na bagagem, a prenda do costume, o aumento de preços. Não se lhe reconheceu, por isso, grande generosidade.
Concluiu-se, então, que com quereres e desejos assim limitados, pouco ou nada se havia logrado na transição. Enfim, faltaram razões de crença numa autêntica mudança.
Pousados, agora, em 2024, importaria, a despeito disso, voltar a acender a vela da esperança.
A saúde querer-se-ia, ela própria, uma urgência para que garantisse celeridade a quem dela precisa.
Pretender-se-ia a remoção de energias ruins na educação e na mente de quem a governa. Só assim se poderia ensinar dignamente e preparar para a cidadania.
E se o sonho alguma vez se fizesse realização, atravessaríamos positivamente o tempo e encaixar-se-iam as confrontações em objetivos comuns. Seria alterado o rumo a seguir. Ele permitiria tempos de paz e prosperidade. Mas, para isso, os homens não poderiam perder a humildade porque, perdendo-a se perde a razão.
Que fique, quando menos, a certeza de um particular desejo meu. Que o estimado leitor tenha um ano feliz e realizado, tanto quanto possível.
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«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
(Cronista no Capeia Arraiana desde Maio de 2011)
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Como sempre, li, do princípio ao fim, os teus desejos e pensamentos. Que eles se cumpram. Um bom 2024 também para ti. Um abraço
Viva Grilo
Claro que fiquei satisfeito por teres lido.
Deixo- te o desejo de um óptimo ano.
Um grande abraço