A partir de meados do século XIX multiplicaram-se os proprietários. Estes acreditavam que o futuro passaria por um melhor aproveitamento das terras e por esse motivo investiram nas mesmas. Nas encostas da aldeia de Quarta Feira construiram-se socalcos sustentados por paredes de granito e com escadórios. Autênticas maravilhas que deviam merecer a atenção dos responsáveis pela preservação da memória da nossa região.

Na encosta junto à placa que indica a chegada à aldeia da Quarta Feira situa-se a «Tapada dos Carvalhos».
Em 2012, João Paulo Reis colocou aqui o aldeão na estrada para dar as boas vindas e servir de guardião!
Mas nada pode fazer para evitar o abandono… Bem lá no alto, o sobreiro é como que a cereja no topo do bolo!
A apropriação das terras por pequenos agricultores, os proprietários, a partir de meados do século XIX, provocou transformações profundas na paisagem. Os latifúndios e baldios (ervages do povo) foram fragmentados e os novos proprietários vedaram os campos com paredes de granito delimitando o seu espaço. Nas encostas ergueram-se muros, construíram-se socalcos ou cômaros permitindo o cultivo e o controlo da erosão hídrica.

A «Tapada dos Carvalhos», ao chegarmos à aldeia de Quarta Feira, é um exemplo icónico que devia ser classificado de interesse público.
Na década de 1950, Vilas Boas, capataz nas minas do Vale de Arca, aproveitou-se dos trabalhadores mineiros para construção das paredes e escadórios no sítio denominado «Tapada dos Carvalhos»!
A propriedade encontra-se abandonada e as paredes ameaçam ruir! Aqui, as pessoas nasceram para trabalhar!
A preservação do legado das gerações que nos precederam é uma questão de bom senso!
Experimente a subir a ladeira e aprecie. Valorizemos o que é nosso!

Para ler sobre «os proprietários»… [aqui]
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«Memórias de Sortelha», opinião de António Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019)
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