Em 2 de dezembro de 2022 publiquei uma crónica com alguns dos prováveis sinais da presença de judeus em Quadrazais…

No Verão de 2022, em Quadrazais, o Augusto Simão Salada mostrou-me uma casa velha na Rua Dr. Francisco Maria Manso, n.º 19, que fora morada dos Rabitos, onde se encontra uma cruz na parede exterior. Milhares de vezes eu passei aí e nunca reparei em tal cruz. O que quer dizer que muitas outras ainda poderão encontrar-se em casas antigas ou mesmo noutras mais novas que tenham utilizado pedras retiradas das casas antigas, quer por fora, quer no interior.
Mostrou-me ainda outras cruzes que ele guarda no seu telemóvel e que encontrou em casas ao Fundo. Com sua autorização vou apresentá-las neste artigo.
A primeira imagem é a da «Casa dos Rabitos». A segunda imagem creio que não apresenta propriamente sinais de judeus. Mas podem estar relacionados com a cruz no exterior e que já publiquei no ano passado. As outras três imagens são de casas ao Fundo.

A casita do ti Simão Ferrador, onde foi a forja, apresenta a data de 1680 no lado esquerdo e 1618 no lado direito, com algarismos mal delineados. Distinguem-se as letras DO, mas não outros signos. Nesta casa em ruínas existe exteriormente uma cruz que já publiquei na referida crónica de 2 de dezembro de 2022.
Qualquer destas inscrições pode estar relacionada com judeus que aí viveriam nos séculos XVII ou XVIII. No «3.º volume da minha obra Para que não se Perca a Memória de 400 Anos de Vida em Quadrazais» transcrevi dois processos da Inquisição guardados na Torre do Tombo em Lisboa contra duas irmãs acusadas de práticas de judaísmo em Quadrazais. O de Leonor Mendes, natural da Covilhã, mas residente em Quadrazais, em 1726, e o de sua irmã de mãe Inês Gomes, também natural da Covilhã, mas residente em Quadrazais, em 1727.

Como estas, poderão encontrar-se outras se prestarmos atenção ao que nos rodeia. É dever de todos preservar o que de valor histórico existe em Quadrazais.
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