Trago nos olhos um mundo vertido em beleza, que se dissipa por montes e vales, por lugares e lugarejos sonorizados e coloridos mediante sons e tons alternados e adaptados à rotatividade orgânica dos frios e calores da natureza.

Dou comigo a contemplar as múltiplas formas que me chegam, profusas, capazes de incentivar visões atípicas, nesses encontros com um universo inabalável.
Entro em diálogo com os íntegros ambientes que me surgem, num diálogo sui generis mas tranquilizante.
E converso, sim, mas não só com rostos. Também com sítios, com animais e objetos. Os argumentos do proseio inserem belezas, rituais e trabalhos, estórias e tramas, sacralidades, umas mais acuradas que outras, todas elas refletindo alegrias, festas ou tristezas.
Relembro ainda e subscrevo saberes e sabores ancestrais, onde tudo é eloquente e marcado por memórias afetivas.
São imensos os pronúncios de viveres antigos e intensos, num andar de tempo sobre terras de mistério.
Aos espaços, apenso a minha pertença, quando observo, interpreto ou conto. E faço-o, além do mais, contra a omissão.
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«Terras do Jarmelo», crónica de Fernando Capelo
(Cronista no Capeia Arraiana desde Maio de 2011)
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Absolutamente surpreendido cam a imagem que o José Carlos, administrador do Capeia, escolheu para estampar viveres antigos e intensos e com o preciosismo do relógio de sol, testemunha atenta de um certo andar (lento) do tempo.
Como terra de mistério que outra melhor que o Jarmelo? É representado na foto pela misteriosa aldeia da Ima, umbilicalmente ligada às lendas, estórias e controvérsias do Monte.
Obrigado pelo primor, José Carlos.