O Homem é repetição e contradição, nada mudou em séculos e séculos, olho para dentro de mim e o que vejo? Muitas vezes sou eu próprio, e outras vezes sou outro, também sou racional, e outras vezes irracional, sou bom e mau, ao mesmo tempo, crio e destruo, muitas vezes violento e outras pacífico, sou ateu e crente ao mesmo tempo. Quem nunca sentiu estas contradições não é Humano…

Com tudo isto não quero dizer que o Homem não deva lutar pelas suas necessidades naturais, ou seja, auto-realizar-se e procurar a felicidade afastando para bem longe a adversidade. Também nunca podemos olhar para o Homem como um ser isolado e afastado dos outros homens, porque desde que nasceu e até morrer está ligado a tudo o que o rodeia. O Homem também não nasce nem vive só.
Com quem lida primeiramente o Homem quando nasce? Com os seus progenitores, se não fossem eles não sobreviveria, costuma dizer-se que o Homem é o mais necessitado dos Seres. E com razão! O Homem só começa a andar por ele próprio passado um ano do seu nascimento, qualquer outro animal demora muito menos!!! As necessidades do Homem, podem dividir-se, em necessidades naturais e necessidades artificiais que são o produto do desenvolvimento histórico.
O avançar da civilização multiplica e diversifica as necessidades artificiais, entre elas o conforto, o luxo, e outros bens materiais, não vindos da Natureza, mas do Mundo artificial, de onde vêm também as desigualdades sociais, pobreza e miséria de uma parte maioritária da Humanidade.
Termino com palavras de Proudhon: «Os homens não serão jamais nem melhores nem piores do que foram sempre.»
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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excelente reflexão