Às terças-feiras é tempo da poesia de Georgina Ferro. A poetisa raiana junta a sua sensibilidade artística ao amor e às memórias pelas gentes e terras raianas…
QUE VENTANIA!
Esta pujança com que actua
O sopro frio do vento norte,
Quase derruba o cedro forte
Que se eleva na minha rua
Parece querer varrer o chão
Arrasta plásticos, papéis, folhas…
– Ai!, vento… por muito que recolhas
Não passas de um bom trapalhão!
Há lixo disperso no canteiro
Sacos bem alto a voltear
Um, até se foi dependurar,
Nos ramos verdes do meu pinheiro
Será que quer refazer Natal?!…
«Natal pode ser todos os dias!»
Ou quererá causar arrelias
Soltando a roupa do estendal?!!!
Lá vai já amainando, agora,
Parece ter ganhado juízo
Pois, não é de quem tem muito siso
Sujeitar tudo a andar à nora!…
Até a minha cabeça dói
Com tanta azáfama do vento
Embrulhou em mim, o pensamento,
Nas dores em que o Mundo sói!…
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«Gentes e lugares do meu antanho», crónica de Georgina Ferro
(Cronista no Capeia Arraiana desde Novembro de 2020)
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