Nunca pensei sentir um aroma de uma epopeia nada europeia. Terra longínqua onde nada se Soma, mas muito se come. Que nada tenho de cultura, ou de jeito, ou de trejeito…

Mas o que aqui sinto tem-me ajudado o coração No peito, voltei às minhas origens.
Não, nada disso!
Ao meu bem estar, à vida de reboliço numa corrida sem Parar. Voltei a trabalhar com o gosto de ajudar, esquecendo algo que foi com o mar. Sorrindo a perdoar!
Nem sei como é possível sentir-me melhor, sem essa Europa ao redor. E entender a vida de quem sabe Sofrer.
Brincando nas filas, sinto-me um Nacional. Se calhar irracional, perguntando muitos se serei normal!
Colono não era assim. Não!
Pois, nem sei que isso é! Só me apetece estar ao pé da cultura e da gente, que sabe fazer bom Café.
Angolano não é assim. Não gosta assim de tanto desse grão!
Pois, mas aqui há do Melhor, fazendo-me outro no longo serão.
E com o cachimbo passo noites ao luar com o Soba, Autoridade tradicional com sabedoria ancestral. E com o seu tabaco puro, tão puro, faz cachimbo voar para além do muro.
Mas afinal é de onde?
Sei lá. Com tanta afinidade só da família tenho saudade.
Mas nunca teve antepassado que tenha ousado cruzar o mar escaldado?
Não.
E até seja isso. Ver a natureza sem enguiço. Como se tudo fosse Novo. Como a galinha põe o ovo!
Mas que o prende assim tanto? Nesta corrente, por enquanto, não se vê querer voltar. Para o quem quer Estimar!
Sim. A história só é Feliz quando entendemos que até o petiz tem o seu tempo.
Enquanto podemos ser úteis ou até férteis.
Mas um dia cá voltas?
Talvez. Tudo basta que de quando em vez Amigo case. Desde que não seja padrinho Camikase!
Não te entendo!
Talvez seja aí o nosso diferendo.
Um bom amigo só é amigo se alma for pura.
Sem compromisso.
Sem a comida que apura.
Kuito, 8 de Outubro de 2023
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«No trilho das minhas memórias», crónica por António José Alçada
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2017)
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