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08 Setembro 2023

Quadrazenhos no Seminário (1)

Por Franklim Costa Braga
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PREFÁCIO – Há cerca de 60 anos, estudar para além da 4.ª classe em terras de Riba-Côa não era fácil. Por perto só o Liceu ou a Escola Comercial na Guarda ou alguns colégios também na Guarda e arredores, como o de São José («O Rocha»), o do Rochoso ou o do Outeiro. Mas a Guarda fica a uns 35 quilómetros do Sabugal e ainda mais uns 10 ou 20 para a maioria das terras do concelho para lá do Côa. Só mais tarde surgiu um pequeno colégio no Soito e o Colégio do Sabugal do Dr. Diamantino. Alguns tiveram já oportunidade de aí fazer o ciclo. Frequentar o Liceu da Guarda implicava alugar um quarto e comer nessa casa, para além das propinas e do custo dos livros e demais material escolar. Cantinas ainda não existiam. (parte 1)

Liceu Nacional da Guarda
Liceu Nacional da Guarda

As despesas com os estudos dos filhos eram insuportáveis para a grande maioria das famílias quadrazenhas. Apenas as que tinham o dom, isto é, que eram tratadas por «senhor» ou «senhora» tinham capacidade financeira para suportar essas despesas e nem todas.

Senhores eram os Vieiras (Sr. Antoninho, Sr. Zezinho e Sr. Alexandre), os Moiras, filhos da Sra. Albertina (Sr. Augusto, Sr. Zé Moira, Sra. Marquinhas, João Moira e Amândio), os filhos da Sra. Luísa (Sr. João Maria, Sr. Floríval, D. Adorinda), os Sales que se estabeleceram na Praia das Maçãs na Ericeira (Sr. Hermógenes, Sr. Arménio e Videl) e alguns Saladas, Sra. Luísa e irmãos (Sr. Anacleto, Sr. Zé Jaquim, Sr. António), outros Saladas, filhos da Sra. Zezinha (D. Laura, D. Berta, D. Isabel Augusta e Sr. Zé Simão), e os Pinharanda (Sr. Frederico, Sr. Alfredo, Sr. Alberto, Sr. Jaime, Sr. Amândio, Dª Isaura e Dª Eduíges).

Daí que, na primeira década do século XX, apenas se tenha formado como professor primário o Sr. Alexandre e nos anos 20 apenas se tenham formado dois filhos do Sr. (A)Nacleto – o Vladimiro em professor primário e o Dr. Filinto como médico ou veterinário e o Evaristo, que foi prof. em Montargil, filho de João Bernardo da Costa Vieira e de Maria da Anunciação Moura; nos anos 30 um filho do Sr. Zé Jaquim – o Dr. Juvenal – como veterinário e professores primários dois netos da Perricha – o Hamilton Vieira e a Alda Vieira –, profs. em Vale de Espinho; e dois filhos do Sr. Alexandre – o Dr. José Vieira e o Dr. João –, ambos médicos. Mesmo assim, os dois últimos beneficiaram do facto de o pai se ter estabelecido em Coimbra, local onde havia Liceu e Universidade. Alguns filhos destes conseguiram fazer estudos secundários e obter empregos no Estado. Foi o caso do Sr. Florival que foi funcionário da secretaria do Liceu da Guarda, o Sr. Hermoges (Hermógenes) que foi funcionário das Finanças de Peniche.

Nos anos 50 já se formaram como professores primários o Maneco, filho do Maregas, um lavrador e proprietário; o Zé Manel e o Déi, filhos do comerciante Zé Manel Barreiro; o Marques, filho dum ambulante, o Salau; dois filhos do Chau como advogados, tendo beneficiado do facto de o pai, ambulante, se ter fixado em Tomar; e dois filhos do Tó Lórenço, negociante, o Fernando e o Nascimento.

Formou-se ainda como médica a Dra. Suzete, beneficiando do facto de o pai, marinheiro, se ter estabelecido em Lisboa.

Conseguiu fazer estudos liceais o Josué por ter sido levado por uma tia para a Guarda, o Fernando do ti Nascimento, o João do ti João Xastre e o Zé João, os três filhos de ambulantes.

Seminário de São José em Vila Viçosa

Foi nos anos 50 que houve um aumento de pessoas a estudar, graças a terem entrado em seminários. O Toninho Moira (padre ficô-se) foi o primeiro a entrar para um seminário e depois emigrou para o Brasil.

Entraram no seminário dos Carvalhos (Porto) o Elísio Baldinho e seu irmão Tomé, o Virgílio Pires Diz e seus irmãos Zé e Simão.

No seminário de Vila Viçosa entraram meu irmão Tó, meu primo Quim, o Simão Constantino, o Manuel Borrega, eu, o Manel da Alice e o Tó Barbeiro.

No seminário de Beja entraram o Zé Jaquim Diz e o Zé Ferro.

No seminário do Fundão entraram o Oliveira, o João Baldo, Severino, o Tozinho Paposeco e o Zé Sapateiro.

No seminário do Verbo Divino no Tortozendo entraram o Antero, o Ildefonso, o (O)Távio Riclano, o Zé Manel Sono, o Jaime Birrão, o Cuco, o Tonho Manel do ti Né, o Gustavo e o Julinho Marelo.

Nos anos 60 ainda entraram nos seminários mais alguns filhos de quadrazenhos. Um filho do Ernesto Bóia em Vila Viçosa, o Ismael, o Simão Candajo, o Licínio e o Eugénio Perdigão em Beja.

Alguns dos que frequentaram os seminários tiraram cursos superiores (nove), um chegou a professor primário e outros apenas fizeram o 5.º ou 7.º anos, tendo obtido empregos, sobretudo na banca, e depois alguns destes até tiraram um curso superior (três).

Apesar de as despesas nos seminários serem muito inferiores, mesmo assim só os ambulantes e poucos mais as podiam suportar. De todos os seminaristas atrás citados 13 eram filhos de ambulantes, cinco eram filhos de lavradores, um filho de polícia, dois de taberneiro, um de sapateiro, um de electricista, e 10 filhos de pessoas que viviam das suas terras ou do contrabando.

Fizeram estudos liceais na Covilhã: o Tó Cruz, beneficiando de a mãe aí passar temporadas na venda de contrabando, o Joãozinho Sapateiro, filho de negociante de contrabando em Torres Vedras, o Feliciano, o Mérico Saloio e o Tó Ranhau. O Amorim, filho de ambulante, estudou na Guarda e em Angola. Dos que não frequentaram o seminário, que fizeram o 7.º ano e se empregaram na banca, três vieram depois a obter um curso superior.

Anote-se que as filhas, em geral, não estudavam, nem os filhos mais velhos, pois teriam de trabalhar para a casa. Só o filho mais novo já gozou de maior desafogo dos pais e assim pôde estudar. Foi o caso dos irmãos do Fernando do ti Nascimento, das irmãs do Quim Braga, das irmãs e irmãos do Antero, das irmãs do Jaime Birrão, do irmão e irmã do Tó Cruz, da irmã do Cuco, das irmãs dos Baldinhos, das irmãs do Virgílio, dos irmãos e irmã do Oliveira, do irmão do Simão Constantino, das irmãs do Manel d’Alice, das irmãs do Sono e das irmãs do João Baldo. Apenas as minhas irmãs foram excepção.

Mulheres formaram-se nos finais dos anos 50 a médica Dra. Suzete, como atrás disse, e a Leonor Catanas da ti Maria Pinherinha, comerciante, como professora primária. Nos anos 60 já se formaram muitas raparigas quadrazenhas que iniciaram seus estudos nos anos 50: a Judite Moira, beneficiando de os pais se terem estabelecido em Santarém, Odete Mocha, beneficiando da mãe viver do contrabando, grande parte do tempo em Coimbra, a Glória do Paisana, comerciante, a Cremilde, a Matilde, a Vérita, a Palmira Cardosa, a Sansão, a Maria Luísa, minhas irmãs Antonieta e Dulce e a Bete e a irmã Glória, todas filhas de ambulantes, a Gininha, cujos pais se fixaram na Marinha Grande com comércio aí, a Odete Fã, e a Lisete do Tó Barbeiro.

Conseguiram algum lugar de relevo quadrazenhos que seguiram carreiras militares: o Sr. António Jaquim Charavilha e o Tonho Jaquim Nabais (filho do ti Abel) na Marinha, o capitão Lareia, os irmãos Tó e Matias Cipriano e o Tó Rabeco, que chegaram a capitão, e o Zé Réqué no Exército; ou que entraram na Polícia: o Matias Sono, o Aurélio Rato e o Batino, este na Polícia Judiciária.

Os ambulantes, que eram remediados e que se destacavam por terem vinhas e casas de baixos e altos, ocupando um lugar de destaque na sociedade quadrazenha, a ponto de serem eles os chamados a pegar no pálio nos Domingos terceiros, foram, pois, os que deram formação aos filhos, a par dos ricos atrás citados. Só o ti João de Paulo, o ti Manel Barreiro e Maregas, lavradores, tinham também vinha, a par do comerciante Zé Manel Barreiro, da ti Marifêmia, cujo marido era emigrante na América, e do Castelhano, para além dos Srs. Alexandre, Zezinho, Nacleto e Augusto Moira.

Com a emigração, a partir de meados dos anos 60 tudo mudou. Os filhos dos emigrantes começaram a estudar em Portugal ou nos países onde se estabeleceram. Felizmente, passou a haver muitos licenciados que abraçaram boas profissões. É-me impossível citar os nomes por serem muitos e eu já não saber os nomes desta gente mais nova.

– Quem quer ir para o seminário? – perguntava na igreja de Quadrazais o padre Correia.

– Temos a visita de padres do seminário de Évora e do Verbo Divino que procuram candidatos. Os interessados procurem-me na sacristia depois da missa.

E foi assim que meu irmão ingressou no seminário de Vila Viçosa. Atrás dele foi meu primo Quim, o Simão e o Borrega, depois eu e seguiu-se o Manel d’Alice, o Tó Barbeiro e um filho do Ernesto Bóia.
O mesmo método de recrutamento aconteceu em muitas outras terras do concelho do Sabugal.

O padre Lourenço Lavajo, de Aldeia da Ponte, e o padre Manso, de Aldeia do Bispo, eram dois recrutadores para o seminário de Vila Viçosa e Évora, onde eles exerciam funções de prefeitos ou professores.

Para lá foram muitos jovens dos Forcalhos, Lajeosa, Aldeia do Bispo, Aldeia da Ponte, Nave de Haver, Aldeia Velha, Batocas, Bismula, Badamalos, Alfaiates, Soito, Quadrazais, Vale de Espinho, Fóios, Baraçal e de outras terras do concelho. Cada um pagava 200$00 por mês, ou apenas 100$00 se já lá tivessem um irmão. Era muito pouco para ter alimentação, alojamento, roupa lavada e estudos.

O recrutador para o seminário do Verbo Divino no Tortosendo foi o padre Paulo, alemão.

Que seria dumas centenas de moços do concelho do Sabugal e outros concelhos, hoje com bons empregos, se não fossem os seminários? Mesmo merecedores de algumas críticas são-lhes devidas as maiores gratidões!

Vou narrar a minha estada no seminário de Vila Viçosa e depois no de Évora, ano por ano durante sete anos, fazendo apelo à minha memória.

(Continua)

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«Quadrazenhos no Seminário», por Franklim Costa Braga
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Maio de 2014)

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Franklim Costa Braga

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