A zona do Cais do Sodré em Lisboa é um local junto ao Tejo que tem epicentro na Praça Duque da Terceira e é limitada pelo Largo do Corpo Santo e pela Praça de São Paulo. No seu seio estão as estações fluvial (com ligação a Cacilhas), ferroviária (linha de Cascais) e do Metro bem como o célebre «Mercado da Ribeira». O bairro transformou-se num conhecido centro de diversão nocturna muito frequentado por lisboetas e turistas.
Antes do terramoto de 1755 o Cais do Sodré era uma enseada e era conhecido como sítio dos remolares porque ali se fabricavam remos para as embarcações. No bairro ainda se pode encontrar quer a Rua dos Remolares quer a Travessa com o mesmo nome.
A seguir ao terramoto foram feitos aterros que tiveram o condão de aumentar o espaço para construção e, assim, por volta do ano de 1850 a praça que tem o nome de duque da Terceira foi empedrada e arborizada.
No início do século XX foi construído o Mercado da Ribeira quase como conhecemos hoje. Em 1926 a surgia a estação de caminhos de ferro que liga a Cascais e em 1998 o terminal do metropolitano. À medida que o Cais do Sodré ganhava vida foram surgindo hotéis, botequins e bordéis e a zona ganhou fama de diversão nocturna.
O Cais do Sodré é uma «aguarela viva» desta Lisboa tão bela.
CAIS DO SODRÉ
sítio de reparações navais
chegaram a chamar-lhe remolares
mas ficou do Sodré aquele cais
e à volta todos aqueles lugares
não são unânimes os historiadores
sobre a origem do nome Sodré
mas parece serem sabedores
dum ricaço com imóveis ali ao pé
era o local uma enseada arenosa
então com aterros depois do sismo
construíram uma praça harmoniosa
símbolo duma época de empreendedorismo
ia o século dezanove a meio
quando o terreiro foi arborizado
teve um relógio de sol no seu seio
até o ícone do duque ser edificado
a linha de Lisboa a Cascais
tem ali a sua estação terminal
na mesma época construíram o cais
estação da companhia fluvial
o grande hotel central
imortalizado por Eça nos Maias
era ali um edifício fulcral
cenário de peripécias várias
Outro edifício relevante
É o mercado da Ribeira
local com uma vida esfuziante
que abastecia Lisboa inteira
o jardim Roque Gameiro
junto ao rio ocupa um espaço
homenageia este nome cimeiro
aguarelista de fino traço
com a mão que não treme
conduzindo a sua canoa
está a estátua do Homem do leme
neste Jardim de Lisboa
o Cais do Sodré é uma aguarela
e é também um poema
desta Lisboa tão bela
que é o meu mote, o meu tema
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«Quiosque da Sorte», poesia de Luís Fernando Lopes
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Gostei muito deste poema, caro Luis Fernando. Venham mais de igual teor!!!!! E, de facto, já sabia que uma das teses sobre o nome do Cais (do Sodré) é que esse seria o nome de um grande e influente proprietário do local, «há muitos, muitos anos»… – como diz outro poema/canção…
Repito: venham mais poemas. Para que o dia-a-dia seja mais colorido…
Obrigado pelo prazer desta leitura.
Muito obrigado José Carlos partilha–mos o gosto pela leitura e pela escrita vamo-nos lendo aqui no Capeiaarraiana um abraço