Segundo notícia publicada no Jornal de Notícias, o campeonato inglês vai acabar com os patrocínios de apostas desportivas nos respetivos clubes. A proibição terá efeito a partir da temporada de 2026/27.

Trata-se de um contratempo para este setor económico, mas não necessariamente indicador de uma mudança de rumo. Nações como a França ou os Países Baixos já reiteraram que não têm intenção de proibir patrocínios de apostas desportivas nos respetivos campeonatos. No caso holandês, trata-se de uma liga que acabou de ultrapassar Portugal no ranking da UEFA.
Apostas – um «hábito» internacional
Mesmo sem patrocínios nas camisolas dos clubes, não há notícias de que a Grã-Bretanha queira colocar outras limitações à atividade dos sites de apostas. O hábito de apostar em jogos de futebol e outras modalidades tem vindo a desenvolver-se nas últimas duas décadas, especialmente junto dos jovens que «apreendem» o mundo através dos seus ecrãs digitais e táteis, tratando-se de uma tendência verdadeiramente internacional.
Veja-se o exemplo do Brasil, onde sites como o br.novibet.com não param de conseguir novos clientes. Atualmente, 19 dos 20 clubes do primeiro escalão do futebol brasileiro (a Série A, mais conhecida como «Brasileirão», onde se encontram todos os grandes «times» como o Flamengo, o Corinthians, o Santos do mítico Pelé, o Palmeiras ou o Fluminense) têm algum tipo de acordo de patrocínio com casas de apostas.
Portugal – players satisfeitos
Aqui no Capeia Arraiana demos conta, num artigo publicado a 27 de maio de 2016, da primeira licença para jogos online outorgada pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) a uma casa de apostas, no âmbito do novo «Regime Jurídico do Jogo e Apostas Online» publicado em Diário da República no ano anterior.
Desde então, uma multiplicidade de plataformas de casino online e apostas desportivas (nalguns casos dedicadas apenas a uma das vertentes, mas a maioria fornecendo simultaneamente casino e apostas, obtendo para tal licenças distintas junto do SRIJ) surgiram no mercado português.
Ainda segundo o Jornal de Notícias, tanto a Liga de Clubes como o Governo não têm intenção de seguir o caminho da Premier League e eliminar as casas de apostas das camisolas dos clubes da Primeira Liga. O jornal portuense mostra que os patrocínios de apostas desportivas são a segunda ou terceira mais alta fonte de receitas de alguns clubes, ombreando com os direitos de transmissão televisiva e os lucros das vendas de jogadores.
Caça ao site ilegal
Outro fator que tem motivado a confiança da sociedade civil e da opinião pública é a caça efectiva aos sites ilegais, que não têm tido vida fácil. O SRIJ tem agido com determinação na identificação e restrição de plataformas sem o necessário licenciamento. Desta forma, as oportunidades para captação de clientes potencialmente vítimas de fraude diminuem também, aumentando a confiança global no sistema.
Isto é necessário porque, para muitos utilizadores, não é fácil distinguir um site legal de um ilegal. Na prática é facílimo: basta ir ao site oficial do SRIJ e confirmar se determinada marca lá está ou não. Mas muitos utilizadores (em especial os mais jovens) não têm essa preocupação.
Ainda assim, alguns sites têm conseguido contornar as vias de penalização. Quando determinado site aposta fortemente em publicidade (online e offline), é natural que ao utilizador não ocorra que ele possa não ser legal. Uma conhecida marca, que escusaremos de nomear, chegou a estabelecer acordos de patrocínio com a Federação Portuguesa do Táxi (que prontamente os retirou quando notificada graciosamente pelo SRIJ), com um conhecido ex-jogador de futebol e diversos youtubers também conhecidos junto do público jovem.
:: ::
jcl
Leave a Reply