Na segunda-feira, 17 de Abril, assinalou-se o Dia Internacional da Luta Camponesa. A Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco acompanhando a iniciativa da Confederação Nacional da Agricultura, reclamando preços justos para quem produz, alimentos de qualidade e acessíveis à população e contra a «ditadura» da grande distribuição!
O 17 de Abril é assinalado desde 1996 pela Via Campesina e suas organizações-membro. Dia de afirmação da luta em defesa dos direitos dos pequenos e médios agricultores e da agricultura familiar, de denúncia das dificuldades impostas aos agricultores e de apresentação de propostas concretas para as ultrapassar.
Desde a sua fundação a ADACB–Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco reclama preços justos à produção, como forma de garantir uma vida digna para quem trabalha a terra, a vitalidade dos territórios rurais, alimentos saudáveis e acessíveis para todos e a soberania alimentar do país.
No seguimento de crises acumuladas e de políticas desadequadas, as dificuldades dos agricultores agravaram-se e a garantia de preços justos está longe de se alcançar. A especulação com o preço dos alimentos (e fatores de produção) empobreceu os agricultores e os consumidores, mas as grandes empresas de distribuição, de energia, de fertilizantes, entre outras, engrossaram os seus lucros.
Por cada 100 euros que os consumidores pagam o agricultor apenas recebe 24 euros e deste paga os elevados custos de produção
Os agricultores, a par dos consumidores, são quem mais perdem com esta situação e em 2022 viram o seu rendimento diminuir quase 12%.
Nos últimos dois anos, os preços pagos ao agricultor não compensaram o aumento dos custos de produção.
Oito grandes grupos económicos dominam mais de 80% do comércio a retalho de bens alimentares e os lucros das duas maiores cadeias de hipermercados aumentaram 200 milhões de euros.
A ADACB reclama:
– Regulação do mercado, dos preços alimentares e dos fatores de produção;
– Compra conjunta pelo Estado de fatores de produção para entrega aos produtores a preços justos;
– Uma lei que proíba vendas com prejuízos ao longo da cadeia produtor-consumidor;
– Mecanismos que garantam transparência na cadeia agro-alimentar;
– Fiscalização da atividade da grande distribuição;
– Controlo e limitação das importações desnecessárias;
– Abastecimento das cantinas públicas com produção local da Agricultura familiar;
– Criação e dinamização de feiras e mercados locais;
– Fim das injustiças na distribuição das ajudas;
– Alteração do PEPAC e reversão dos cortes nas ajudas à Agricultura Familiar;
– Apoios aos agricultores vítimas pelos prejuízos provocados por animais selvagens e outras pragas e doenças;
– Concretização do regadio a sul da Gardunha e reestruturação do regadio da Cova da Beira.
A Direção da ADACB
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O Dia Internacional da Luta Camponesa é comemorado pela Via Campesina para lembrar o massacre de Eldorado do Carajás (Brasil) em 1996, onde a máquina do Estado, compactuando com interesses do agronegócio, assassinou 19 camponeses que defendiam o seu direito à terra. Neste dia, também destacamos e denunciamos a contínua criminalização, opressão e repressão de camponeses, trabalhadores, migrantes e comunidades indígenas em todo o mundo.
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