O carnaval de Ciudad Rodrigo era, e ainda é, muito apreciado pelos portugueses da Raia com Espanha. Na minha juventude fui muitas vezes para Ciudad Rodrigo durante o fim-de-semana da quadra carnavalesca.

Esta é uma pequena história que eu vou escrever passada na Praça Maior de Ciudad Rodrigo, mas primeiramente, e na mesma praça, no mesmo dia, vou mostrar ao leitor(a) como se conseguiram umas pesetas.
Numa máquina, ainda muito longe das actuais tecnologias, nem ligada à energia elétrica, bastava lançar uma moeda fazendo-a rodar até a um certo sítio onde estava uma patilha que se fosse accionada, sairia dinheiro. Tudo estava a correr bem, até que um de nós descobriu o seguinte, se jogassemos com uma moeda de cinco tostões portugueses conseguíamos mais dinheiro porque circulava melhor. Assim fizemos, o problema surgiu quando os espanhóis que foram jogar depois de nós só lhes saíam moedas de cinco tostões! Indirectamente, começaram os insultos: «hijos de puta, cabrones!…» Nós saímos do café como se nada fosse connosco e assobiando para o lado.
Continuamos divertindo-nos, até que chegou a hora da tourada, ou garraiada, como queiram. Uma loucura! Às vezes dava a impressão que quem tinha mais juízo era o touro.
Convém dizer que quem fazia parte do nosso grupo era um tal «ilustre toureiro» concelhio que se não tivesse bebido tanto vinho e cerveja era normal que fosse até à arena tourear. Mas como já estava bem aviado desatou a berrar dizendo que iriamos fazer, os quatro ou cinco portugueses que ali estávamos, uma pega de caras. Uma espanhola, mulher já de uma certa idade, ao ouvir falar em semelhante acto de valentia, gritou-lhe:
– Usted está loco! Quieres que te mate el toro?
Não tenho a certeza, mas penso que o «ilustre toureiro» a mandou… «à la mierda».
Lá ficamos a ver a tourada, até que o Alcaide se aborreceu com aquilo e mandou tudo para casa. Tudo? Não! Nós fomos para o Maioelas, discoteca muito conhecida na Ciudad Rodrigo daquele tempo.

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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008)
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Amigo Capelo :
Mandei um e-mail mas tenho a impressão que não chegou lá, tive problemas com o computador, se não recebeste diz alguma coisa.
António Emídio
Amigo Capelo.
Ainda tu não leste a estória da primeira vez que eu cantei em público ! Em Paris, num Cabaré, e acompanhado com uma senhora meio vestida, meio «encarrapata»…
António Emídio
Saudosas malandrices!
Abração