O Escutismo em Setúbal foi fundado em 28 de Fevereiro de 1935 pelo Dr. António Jacinto Ferreira, Padre Francisco Carlos Nunes e Joaquim Santos e Silva e oficializado pelo Chefe Nacional, D. José de Lencastre, com a publicação dos Actos Oficiais na Revista Flor de Lis, da mesma data.
A partir desta data começaram a surgir os grupos de São Sebastião (Setúbal), Grupo 110, Quinta do Anjo (Palmela), Grupo 129, Ordem Terceira em Setúbal; Grupo 136, Orfanato de Setúbal, Grupo 147, e muitos outros no Barreiro, Montijo, Moita, Alcochete, Almada e em outras localidades da Península de Setúbal.
Em 1956, por força da reorganização interna do CNE (Corpo Nacional de Escutas), foi extinta a designação de grupo e substituída pela de Agrupamento.
Os Agrupamentos da península de Setúbal, até 1975, faziam parte da Região de Lisboa do CNE. Com a criação da Diocese de Setúbal, presidida pelo seu primeiro Bispo, D. Manuel da Silva Martins, foi criada a Região de Setúbal e eleita a primeira Junta Regional.
Este ano o Escutismo em Setúbal faz oitenta e sete anos. Neste sentido e para comemorar esta importante efeméride, a Junta Regional solicitou ao dirigente Francisco Alves Monteiro para escrever a sua História, em virtude de ser portador de vivências, actividades e de património escutista inestimável.
Francisco Alves Monteiro, natural da Bismula (Sabugal), residente em Setúbal, iniciou o longo percurso de escutista em 1963 e actualmente ainda se encontra ao serviço da Junta Regional. No seu curriculum escutista desempenhou diversas funções, sendo-lhe atribuídas as seguintes condecorações: Medalha de Campo de Primeira e Terceira Classe, de Agradecimento, Colar de Mérito Monsenhor Avelino Gonçalves, Colar Nuno Álvares e Medalha de Honra da Cidade de Setúbal.
Colocou mãos à obra que lhe foi pedida e acaba de ser publicado o livro com o título «87 ANOS – A Escuteirar com os jovens – 1935-2022», que foi apresentado na Escola de Fuzileiros no Vale do Zebro (Barreiro) e na Sede Regional em Setúbal.
Na apresentação em Setúbal, retirei os seguintes apontamentos da Chefe Regional, Ana Margarida Chagas, que historiou as razões da publicação deste livro: «Não só os que relatam histórias mas os que as vivem é que podem escrever páginas destes livros.»
Do dr. João Costa, ex-Chefe Regional de Setúbal e actual Ministro da Educação:
«Muitos são e foram os filósofos que discutiram o que nos faz humanos, o que nos define como pessoas. Entre debates e discussões, há aspectos que se apresentam de forma clara.
Somos pessoas porque somos relação. Construímos a nossa identidade, porque a formamos na interação com os outros, nos diferentes papéis que assumimos ao longo da vida.
Somos pessoas porque somos a memória que constrói a nossa identidade. Somos a terra onde crescemos, somos as brincadeiras da nossa infância, somos histórias de família que nos contaram, somos legados civilizacionais que herdamos. Este livro é mais um excelente contributo para alimentar a consciência identitária da Região de Setúbal.»
Lançou o repto ao autor para escrever um novo livro com base na recolha de diversos depoimentos daqueles que viveram os ideais escutistas da Região.
O autor Francisco Monteiro salientou que as duzentas e trinta e seis páginas, com documentos e fotografias, constituem um valioso testemunho histórico destes «87 anos a escuteirar com os jovens».
«No momento em que celebramos os CEM anos do CNE, não posso deixar de prestar uma justa homenagem a todos os dirigentes que ao longo destes oitenta e sete anos do Escutismo na Região de Setúbal, serviram com zelo e dedicação. Jamais poderemos esquecer o seu exemplo de serviço, a sua generosidade, o seu empenho e a alegria que sempre puseram no desempenho das suas funções. Temos sempre que os recordar com admiração e agradecimento, já que eles constituem pedaços da História do Escutismo na Região de Setúbal.»
O dirigente Francisco Alves Monteiro tem tido uma acção extraordinária como guardião e relator das memórias escutistas da Região de Setúbal.
Na Sede Regional também se proporcionou a observação da Exposição Itinerante Nacional sobre os CEM anos da Fundação do Escutismo em Portugal.
:: ::
«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2012)
:: ::
Leave a Reply