Sei que alguém um dia me disse «a censura é o poder dos medíocres» mas esqueci quem foi. Neste momento estou debaixo de uma sanção que me foi imposta pelo Facebook, e essa sanção resume-se a não poder escrever nada na minha conta durante 24 horas, ou seja, tenho de me remeter ao silêncio, posso ler, mas não posso escrever. Há mais uma série de ameaças, mas eu não compreendi…

Leia, querido(a) leitor(a) o que escrevi que foi notificado como crime pelo Facebook: «Sem dúvida alguma, o Homem é um interesseiro»!

Foi considerado também «um discurso de incentivo ao ódio». O que se sente num momento destes? Impotência e revolta… Se não fosse agora o Capeia Arraiana, como poderiam as pessoas saber que ainda existe censura, que fui censurado? Isto para muita gente não tem valor nenhum, até democratas! Mas vejam que ainda existe censura, por uma coisa de nada!!!

Eu incentivei ao ódio? Até Cícero tem estas palavras que percorreram séculos e séculos: «Se fizermos o bem por interesse seremos astutos, mas nunca bons.» Ou seja, quem pratica o bem por interesse é um interesseiro. Eu sei que tem de haver um limite, não podemos nem devemos escrever o que nos dá na «Real Gana», mas há limites, eu ultrapassei esses limites?

Agora surgirão algumas perguntas: «Há censura em Democracia?» e «Há censura neste regime político conhecido pela Liberdade?»

Sei que fui censurado pelas redes sociais que actuam por elas próprias. As Democracias, neste caso a portuguesa entraram num grau de despolitização muito grande, e também de conhecimento e saber, porque afinal, penso eu, que tudo se deveu aos censores não compreenderem que – Homem – escrito com letra grande significa o Ser Humano, e nenhum Homem em particular, eu estava simplesmente a responder a um artigo do meu amigo Capelo, o poema era de Fernando Pessoa, os censoras pensaram que eu tinha chamado interesseiro a Fernando Pessoa!!!

A Democracia também tem cloacas, mas pronto… Eu sei que se isto se passasse num regime ditatorial acabaria numa cadeia.

Termino dizendo que a sociedade em que vivemos, em Portugal, é extremamente conservadora, inclusivé as forças ideológicas que se dizem «progressistas».

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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008.)
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