Ezequiel Alves Fernandes é natural da freguesia da Bismula. Por razões socio-económicas e familiares, ainda criança, com mais nove irmãos imigra para terras sadinas, fixa residência na cidade de Setúbal, onde estuda, trabalha e vive a sua reforma.

Nunca esqueceu as suas raízes, na adolescência e sempre que possível esporadicamente deslocava-se à sua terra natal.
Na companhia muitas vezes do Dr. Manuel Leal Freire e Padre Manuel Leal Fernandes, seus parentes, percorriam aqueles territórios arraianos, ouvindo histórias de contrabandistas, da extracção do volfrâmio, principalmente na II Guerra Mundial, das romarias e festas religiosas e pagãs, de bruxas e lobisomens, de lobos famintos, de ciganos, da passagem das tropas francesas, da valentia e coragem dos seus antepassados…
Tantas histórias de superações, da sobrevivência, as fainas agrícolas das populações arraianas, Vilar Maior, Vilar Formoso, Bismula, Alfaiates, Malhada Sorda… os mercados de Vila do Touro, da Miuzela… A transição para o mundo industrial em Setúbal, das lutas do operariado, políticas e sociais, desde o fim se uma monarquia decadente, uma primeira república anarquista, o estado novo, o 25 de Abril e os tempos controversos que seguiram.
Há anos publicou uma biografia familiar, com duas edições esgotadas, que qualquer estudioso das gentes arraianas, principalmente bismulense é obrigatória a sua consulta.
Num trabalho de investigação alongada, acaba de publicar «Ao Luar da História», um romance que nas palavras do autor, «relata factos verídicos com personagens fictícias, assim como factos fictícios com personagens verídicas, num período da nossa história regional e nacional durante um século, entre 1885 a 1985». Ezequiel Fernandes remata que «os burros são as personagens mais genuínas». No «Ao Luar da História» há burros com um papel crucial na história deste romance.
Ezequiel Alves Fernandes escreveu um historial de vida com muitas personagens aguerridas, em que ganhou essa aposta. Esta obra ficamos a conhecer melhor a História de Portugal de um século e as asperezas da vida corrente e das suas consequências em Portugal. Este romance é um carrocel de emoções, uma narrativa com base em factos reais.
Um livro que a sua leitura não nos deixa indiferentes, que nos diverte, nos faz pensar, nos entristece e nos ajuda a ser críticos.
:: ::
«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2012.)
:: ::
Parabéns ao Ezequiel. O livro é fantástico. Um abraço fraterno