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19 Junho 2022

A igreja e a sexualidade

Por Joaquim Tenreira Martins
Bélgica, Opinião, Pedaços de Fronteira, Religião, Vale de Espinho joaquim tenreira martins Deixar Comentário

Aquilo que estou a escrever poderá parecer uma palestra de padre, mas, no nosso dia a dia, há acontecimentos que são relatados, comentados, ditos e reditos pela comunicação social, e é necessário não ter medo de dar a sua opinião para podermos enquadrá-los melhor.

Casal abraçado na entrada principal do Mosteiro de San Pedro de Villanueva em Cangas de Onís (Astúrias)
Casal abraçado na entrada principal do Mosteiro de San Pedro de Villanueva em Cangas de Onís (Astúrias)

Após o terramoto que abalou a igreja sobre os abusos sexuais, é tempo de tomar consciência do problema e de nos interrogarmos sobre o olhar com o qual a mesma igreja observa a sexualidade. Para lá dos crimes cometidos pelos prevaricadores, talvez seja tempo de afirmar que a igreja deve mudar a compreensão e também a doutrina sobre a sexualidade.

As ciências humanas ensinaram-nos que a sexualidade humana faz parte de uma cultura que gera sistematicamente crenças e práticas, ao mesmo tempo que produz laços sociais entre as pessoas.

Na tradição cristã, a sexualidade só pode existir no casamento católico, à semelhança da união que existe entre Cristo e a sua igreja. Mas, sendo assim, que poderemos pensar acerca das exigências do celibato dos padres e da insistência sobre a castidade, a valorização da virgindade de Maria e a vontade de controlar a sexualidade do casal? Não haverá aqui o recalcamento e a diabolização da sexualidade que são também uma verdadeira recusa de aceitar a sociedade na qual vivemos actualmente?

A igreja poderá continuar a viver ignorando os avanços da medicina que reconfigurou a relação das mulheres com o seu próprio corpo, com a fecundidade, com a procriação e mesmo com os homens? Tudo isto mudou os nossos comportamentos e talvez também deveria ter acontecido o mesmo na doutrina da igreja.

Os cristãos poderão perguntar qual é a mensagem do Evangelho a anunciar neste campo, sobretudo numa época sinodal, em que se pede a opinião dos crentes. E aqui sente-se logo o peso da igreja onde os cristãos têm dificuldade em emitir uma opinião. Pessoalmente, respeito profundamente a tradição, mas não podemos confundir a mensagem de Cristo com as convicções cristãs que se forjaram a partir de representações culturais numa época que já não é a nossa. É necessário regressar à mensagem do evangelho, fonte de vida e de renovação, ultrapassar a descriminação sexual e sair do ambiente masculino em que se encontra a igreja para seguir a visão de São Paulo: não á judeu nem grego, nem escravo nem homem livre, não há homem nem mulher; todos sois um só em Jesus Cristo.

A Bíblia apresenta-nos, no livro da Génese, a história de Caim e de Abel, mas a mensagem que nos é transmitida é a do homem dever controlar a sua própria violência e não poder dominar o seu semelhante. Para o cristão, a sexualidade, base da convivência social entre as pessoas, pressupõe o convite explicito de Cristo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei, sempre no respeito das especificidades de cada um e da alteridade.

Na última ceia, Jesus colocou um gesto, diríamos muito feminino, que é o de lavar os pés aos seus discípulos, um gesto de amor para com os seres humanos, o de serviço e não o de ser servido. Poder-se-á pensar que este gesto era apenas destinado à metade masculina da humanidade?

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«Pedaços de Fronteira», opinião de Joaquim Tenreira Martins
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2013.)

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