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Página Principal  /  A Minha Aldeia • Casteleiro • Opinião • Tradições  /  Casteleiro – as falas muito próprias da aldeia
23 Maio 2022

Casteleiro – as falas muito próprias da aldeia

Por José Carlos Mendes
A Minha Aldeia, Casteleiro, Opinião, Tradições josé carlos mendes Deixar Comentário

Uma aldeia que não tenha o seu modo próprio de falar, não é aldeia, não é nada! Na nossa zona, sempre conheci esse facto e quase se sabe pelo falar de onde é que a pessoa é. Aqui deixo algumas provas disso mesmo. Boa semana!

Rua direita no Casteleiro
Estes modos de falar são do tempo desta foto…

Mais algumas «falas» do Povo da minha terra

Têm muita piada estas frases e modos de dizer as expressões mais populares que conheço das gentes da minha aldeia naqueles tempos áureos da minha meninice.

Ficaram-me na memória até hoje e delicio-me a repeti-las em casa quando vêm a propósito. Alguns exemplos… só meia dúzia para não «chatear» o leitor:

– Candauga – a «palavra» é formada pelos sons do que devia ser «cão de água». Significa «malandro», mas com um pouco mais de força e condenação. Quando me demorava muito tempo por lá (expressão típica também, que quer dizer «longe de casa», fora das vistas dos pais), ouvi-as das boas. E quase sempre lá vinha logo a abrir essa do candauga:
– Ah, candauga, isto é que são horas?

Outra:
– Realengo – eis uma frase muito usada na minha terra há 50 anos: «Aquela não tem mesmo realengo nenhum.» Isto significa que a pessoa não se orienta, não tem juízo, faz muitas asneiras.

Mais um exemplo:
– Bincemento – usa-se em frases bem determinadas: «Não dá bincemento.» Isso significa que não despacha, não acompanha o ritmo.

Há frases únicas lá na aldeia (ou pelo menos havia quando eu era pequeno). Eis alguns exemplos sempre com típico humor dos meus conterrâneos nestas coisas:

– É como um rato que passa pela parede – passa num instante, esquece-se de tudo;

– Voz de burro não ouve Deus, ou, não vai ao céu – quando se dizem asneiras atrás de asneiras e não se acerta uma, para retirar importância à pessoa diz-se isto;

– É um bate-e-foge – Isto é, manda as bocas e vira costas;

– Encomendar as almas – era rezar a cantar pela alma dos defuntos;

– Anda-me ali todo ingófado que até parece um parrana;

– Esticar o pernil – morrer.

Quando alguém diz e desdiz, é um tcharimbêlho e já está mas é a trocar palhetas.

E agora, para aumentar a boa disposição, uma boa de uma velhota que havia na minha terra e que, quando alguém estava a dizer que ia tomar banho porque estava toca suja, vai ela e sai-se com esta:
– Eu?? Isso nem pensar! Deus m’a mim livrara que eu pusesse água no meu corpo!

Provérbios à moda do Povo

E estes «provérbios» bem, bem populares lá da aldeia:

– Quem sai aos seus não erra!
– Candeia que vai à frente alumia duas vezes!
– Quem tem rabo não se senta!

Ou estes modos de falar típicos:

– Andam esquerdos!
– Prender o tchibo ou o tchebinho!
– Anda-me para ali a intcher tchòriças!
– Com a verdade me enganas!
– Levas-me aí uma lostra!
– O pão e as filhós não só se amassam como também se sovam!

…Que delícia minhas senhoras e meus senhores!


Obrigado por me ler! Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!

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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011.)

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