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Página Principal  /  Aldeia de Joanes • Aldeia de Joanes • Bismula • Covilhã • Fundão • Opinião  /  João Mateus Duarte – torneiro nas minas, activista, sindicalista e autarca
15 Maio 2022

João Mateus Duarte – torneiro nas minas, activista, sindicalista e autarca

Por António Alves Fernandes
Aldeia de Joanes, Aldeia de Joanes, Bismula, Covilhã, Fundão, Opinião antónio alves fernandes, joão mateus duarte Deixar Comentário

João Mateus Duarte nasceu em 1952, filho de mineiro e de mãe doméstica, em Aldeia de São Francisco de Assis (Covilhã) que antigamente se chamava Bodelhão. Este nome não agradava à população, pelo seu significado de «homem sujo e imundo», facto que obrigou à mudança, escolhendo-se nos princípios do século passado um novo nome para aquela freguesia. Cumpriu-se a vontade popular, o que nem sempre acontece.

João Mateus Duarte
João Mateus Duarte

João Mateus Duarte nasceu num ambiente mineiro, rural, com muitas dificuldades económicas, por influência de uma tia, Lúcia de Jesus Duarte, das Servas de Jesus, é com sete anos internado no Colégio do Outeiro de São Miguel, na Guarda, onde faz o exame da quarta classe.

Aldeia de São Francisco de Assis (Covilhã)Regressa à sua aldeia natal e é necessário ir trabalhar para o sustento familiar, entrave para dar continuidade aos estudos. Assim, vai trabalhar como aprendiz de torneiro mecânico nas oficinas da B.T.W. (Beralt Tin and Wolfram).

O seu local de trabalho é no Cabeço do Pião, mais conhecido pelo Rio, onde até 1995 funcionavam as lavandarias e as separadoras do minério.

Ali trabalha durante trinta anos, desempenhando diversas funções, torneador de peças, operador e reparador de máquinas.

Durante este longo período de trabalho, faz um interregno, para cumprir o serviço militar, iniciado em Janeiro de 1974 no Batalhão de Caçadores 6, em Castelo Branco, atualmente Estabelecimento Prisional, e continuado na Pontinha (Lisboa) e em Almada.

Nas vivências militares e com o desencadear do 25 de Abril, participa em todos os movimentos revolucionários levados a efeito, inclusive como defensor dos ideais do PREC (Período Revolucionário em Curso).

Regressado à vida civil e ao trabalho das Minas da Panasqueira, com o tirocínio revolucionário obtido no serviço militar entra nas lutas sociais, laborais e sindicais, juntando-se às reivindicações salariais dos mineiros e por melhores condições de trabalho. Com dor e revolta sentiu a morte de jovens trabalhadores soterrados nas galerias das minas.

É eleito dirigente sindical, cargo que desempenhou durante vinte anos. Segundo Paulo Silveira, o seu grande ideólogo foi o sindicalista José Luís Latoeiro, do Sindicato dos Empregados de Escritório, Comércio e Serviços.

João Mateus Duarte foi, durante seis anos, o Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Castelo Branco, membro efectivo da Intersindical, participando activamente em muitos congressos e reuniões da C.G.T.P.(Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses.)

Em 13 de Maio concretiza-se a primeira grande greve, com reivindicações para melhores salários, pagamento do décimo terceiro mês, um mês de férias e quarenta horas de trabalho.

Outras se seguem, com destaque para a greve de seis dias em Julho de 1979, em que mais de mil mineiros com os seus equipamentos de trabalho, acompanhados com esposas e filhos, desfilaram a pé do Tortosendo até à Praça do Município da Covilhã, que ocuparam durante três dias. Depois de demoradas negociações conseguiram acordos salariais.

Em 1983, desencadeou-se nova luta dos trabalhadores, longa e generalizada, impedindo a saída do volfrâmio durante cinco meses.

Junta de Freguesia de Aldeia de São Francisco de Assis (foto: Pedro Matias)
Junta de Freguesia de Aldeia de São Francisco de Assis (foto: Pedro Matias)

Foi eleito por dois mandatos, não concluindo o último, pelas listas da CDU-PVE (Coligação Democrática Unitária) na freguesia de São Francisco de Assis, sob a direcção do Partido Comunista Português.

Na época queixava-se dos inúmeros problemas financeiros das autarquias, apoiou as obras da Igreja da Paróquia, um ex-libris revestido por pedras de xisto, o funcionamento de um Posto dos C.T.T. e a criação de um Grupo de Cantares.

Ainda a organização de vários torneios desportivos e a criação de um acervo musical, laboral, artesanal e religioso da Freguesia.

As suas acções nas Assembleias Municipais na Covilhã eram activas, reivindicativas, participativas.

Ficou na história autárquica pela a mobilização da população de São Francisco de Assis para ir plantar hortaliças nos inúmeros buracos existentes no alcatroamento da estrada municipal que a ligava à Covilhã. Foi um acontecimento nacional, que mereceu notícia em diversos órgãos da comunicação social.

Colaborou com diversos textos no Jornal do Fundão, sob a temática das vivências mineiras, das suas lutas, reivindicações e sindicais.

Tem no prelo o livro «Panasqueira – Uma Mina – Muitas Vidas», palavras e memórias de Mineiros, esperando-se a sua edição.

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«Aldeia de Joanes», crónica de António Alves Fernandes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Março de 2012.)

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António Alves Fernandes

Origens: Bismula (concelho do Sabugal) :: :: Crónica: «Aldeia de Joanes» :: ::

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