Enquanto o povo ucraniano continua a sofrer…

Embora hoje comece a ser perigoso dizer determinadas coisas, volto a repetir-me e a dizer que se acentua a minha sensação de que estamos a perder-nos enquanto humanidade.
Sinceramente, continuo pouco preocupado com encontrar culpados, mas muito mais interessado em perceber como se vai parar esta guerra que, em pleno século vinte e um, deveria ser completamente desnecessária.
E, por isso, continuo a não integrar as chusmas de justiceiros que proliferam pelo mundo.
E continuo a pensar que, desde a ONU até ao país mais ínfimo deste mundo em que vivemos, todos deveriam estar a contribuir para uma solução que garantisse o fim desta guerra e terminar com o sofrimento do povo ucraniano.
E continuo a não ter dúvidas de que chegará o momento de encontrar e julgar, se tal for viável, os culpados e chegará o momento de recuperar as cidades e a economia ucraniana.
Por agora todos os que verdadeiramente se colocam ao lado da Ucrânia deveriam esforçar-se mais em encontrar o compromisso da paz do que atear ainda mais os fachos da guerra.
A opção pela procura de um compromisso que pare a guerra e retire as tropas russas do solo ucraniano, permitindo ao mesmo tempo o regresso dos refugiados e o início da reconstrução da Ucrânia, esta opção é, na verdade, a única que serve os interesses da Ucrânia e do mundo em geral.
Venho a escrever isto, desde o primeiro dia e continuo a pensar que é a única posição que posso e devo tomar.
Nota final: Sei que faço parte de uma minoria e que tenho muitos amigos contra mim por causa desta minha posição.
Mas já agora, não seria mais lógico que todos os que defendem a guerra e exigem dos seus governos que continuem o esforço para uma «vitória militar da Ucrânia» e a consequente «derrota russa», viessem também defender os impactos que esse mesmo esforço que é exigido têm nos bolsos de todos?
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«Sabugal Melhor», opinião de Ramiro Matos
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Setembro de 2007.)
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Ramiro, concordo em pleno contigo.
Não pares de repetir esse modelo de caminho para a Paz: é o único.
Difícil? Sim. Complicado? Sim. Quase impossível a curto prazo? Sim.
Mas estou como tu: é a única forma de evitar ainda mais mortes e destruição.
Obrigado pela firmeza que mostras sempre.
Um abraço.
JCM