À minha mente chegam de vez em quando aquelas pessoas com quem tive de lidar durante os meus quarenta e um anos de serviço público. Mas as que mais lembro são aquelas almas sensíveis e generosas sempre prontas para ajudar.

Lidei com pessoas boas, aquele tipo de gente que elegeu a bondade para percorrer os caminhos desta vida, mas infelizmente foi uma minoria. Gente cínica,ambiciosa, fria e indiferente ao sofrimento dos outros foi o que mais encontrei, temos de ter a noção que isto é o que mais se encontra nas instituições públicas, que regem a vida de todos nós.
A gente boa é obrigada a viver num exílio interior, é humilhada e desprezada, passando de trabalhador(a) ou funcionário(a) a Servo(a) daqueles espíritos calculistas e ambiciosos conhecedores simplesmente do – tanto tens tanto vales – e sem se aperceberem vão dando uma imagem péssima da Repartição e da Democracia.
Que tipo de Liberdade existe para as pessoas boas? Que tipo de defesa podem encontrar estas mesmas pessoas quando são maltratadas pelos colegas e superiores hierárquicos? Toda a que a Constituição da República se refere, toda a que a lei se refere… Mas na realidade à vítima só lhe é permitida a Lei do Silêncio! Uma censura ainda pior do que a do Estado Novo.
Querido(a) leitor(a), nunca ouvi uma palavra a favor destas pessoas maravilhosas, nem dos próprios colegas, e muito menos daqueles que trabalhavam em gabinetes bem remunerados.
Termino este artigo dizendo: «Se há algo que a inveja e a mediocridade não perdoam é que alguém tente dar à sua passagem pela Terra uma projecção superior à vulgar.»
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008.)
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