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Página Principal  /  Bendada • Memórias de Sortelha • Opinião  /  Tesouro abandonado e desconhecido na Bendada
07 Maio 2022

Tesouro abandonado e desconhecido na Bendada

Por António Gonçalves
Bendada, Memórias de Sortelha, Opinião antónio gonçalves Deixar Comentário

A Capela de São José na Bendada é um tesouro abandonado e desconhecido. Apresenta uma fachada de estilo barroco (século XVIII) e no interior pinturas em elevado estado de degradação.

Fachada da capela de São José e parte da casa senhorial
Fachada da capela de São José e parte da casa senhorial

Eis o resultado de uma visita que teve como cicerone o ator Ilídio Gomes.

A Capela de São José situada na freguesia da Bendada, concelho do Sabugal, seria parte de uma casa senhorial e encontra-se simplesmente abandonada! A fachada apresenta características de estilo barroco (século XVIII).

Tendo lido os registos paroquiais e identificado duas famílias nobres, estando devidamente identificado o edifício que pertenceu aos Mesquita, resta associar aos Pignatelli. Esta família foi muito importante no século XIX na cidade da Guarda e tinha ramificações em Bendada e Santo Estevão, com muito prestígio no antigo concelho de Sortelha, nas décadas de 1830 e 1840.

Capela de São José – aqui já faltam os degraus de acesso
Capela de São José – aqui já faltam os degraus de acesso
Entrada para a sacristia
Entrada para a sacristia da Capela de São José
Pia baptismal na Capela de São José
Pia batismal na Capela de São José
Base da pia batismal em forma de concha
Base da pia batismal em forma de concha

Base da pia batismal tem a forma de concha. As conchas, que encontramos nesta localidade, sugerem que podia ser um local de passagem dos peregrinos de Santiago de Compostela!

No interior da capela são visíveis pinturas em elevado estado de degradação. Apesar das dificuldades de interpretação, podemos estar perante pintura de estilo Rococó!

O Coro tinha uma entrada privada para o Senhor e família, que aí assistiam à missa! Mostra a superioridade em relação ao povo e criados que podiam assistir na parte debaixo. Do altar não resta qualquer vestígio!

O último habitante deste espaço foi um burro e hoje guarda alguns fardos de palha.

Estamos perante um tesouro desconhecido e abandonado! O restauro das pinturas e recuperação da capela é do interesse público, podendo tornar-se num local de paragem obrigatória para quem visita a região!

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«Memórias de Sortelha», por António Augusto Gonçalves
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2019.)

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António Gonçalves

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