No dia 21 de abril de 2022, comemorou-se na biblioteca da EB 2/3 do Agrupamento de Escolas do Sabugal, o 25 de abril de 1974.

A encenação foi realizada por vários discentes do Agrupamento de Escolas do Sabugal e pelo ator Ilídio Gomes dirigidos pelo ator/encenador João Reis. Salientamos também a brilhante colaboração da professora de música Paula Rodrigues e alunos por ela ensaiados.
Foram distribuídos cravos vermelhos pela assistência, fornecidos, a pedido, pela Câmara Municipal de Sabugal.
Visando uma melhor integração dos alunos ucranianos que atualmente frequentam a escola, no final do evento,aqueles discentes, entoaram o Hino da Ucrânia, com a bandeira do seu país içada.
Este evento foi dinamizado pela professora Cristina Vieira e pelo professor António Gonçalves.
Guião da peça «25 de Abril» encenada por João Paulo Reis
Deolinda – Eu tenho medo Joaquina!
Joaquina – Não tenhas medo Deolinda! Este dia vai ficar na nossa memória!
Hoje,aqui, somos livres de dizer tudo aquilo que sentimos.
Deolinda – Ainda somos todos presos, mas também que importa, se há um fermento que há muito que se vai fermentando que não foge para lá da fronteira , que não foge para lá do mar
Fátima – Há muito tempo que anda um grito abafado dentro do peito mas hoje vai gritar bem alto. Liberdade!
Todos – Liberdade! Liberdade! Liberdade!
Carolina – Hoje juntámo-nos para que a nossa voz seja livre de dizer o que a nossa imaginação, o nosso sonho e o nosso coração quiser.
Antónia – Para quando formos mães não termos de chorar pelos filhos que morrem na guerra ou nas prisões da PIDE
Alice – Eu quero ser escritora! Escrever livros para uma educação livre e aberta a todos, sem doutrinas políticas, sem censuras.
Zeca – Quero as minhas canções lançadas ao vento, sem bocas a calor sentimentos, dum povo condoído e sem alento. Uma voz do povo que se arranca das entranhas do peito, num grito calado de tormento que chora, que canta um fado sem alento. (dedilha uns acordes.)
Carlos – A Liberdade um dia há-de chegar e poderemos ouvir as tuas canções soltas ao vento.
Ana – Agora já não tens medo Deolinda?
Deolinda – Ainda,mas que importa,só somos novas uma vez.
Helena – Nós temos direito à igualdade! Eu quero ser uma senhora, seja no Sabugal, seja em Lisboa, seja onde for!Não quero ser escravizada pelo regime nem por ninguém. Liberdade!
Manuel – Eu quero ser livre de dizer não! Não quero ir par a guerra!
Fátima – As mulheres não são inferiores ,temos direito à igualdade.
(Entra um agente da PIDE.)
Agente – Que se passa aqui?
Joaquina – Nada! Nada senhor Agente, apenas uma reunião de família.
Agente – E vocês não sabem que é proibido fazer reuniões sem autorização?
Joaquina – Nós só estávamos a tentar recrutar jovens como nós para a Mocidade Portuguesa
Agente – Muito bem! Muito bem (vê um cartaz escondido) Que é isto? Abaixo o Regime! Vai tudo preso! Alcides, traz a ramona! Vai tudo preso para o Limoeiro.
(Ouve-se Grândola Vila Morena.)
Zeca – Que se passa?
Carlos – Está a tocar a tua canção na rádio.
Agente – Não é possível!
(Entrada das tropas a marchar.)
Coronel – Rendam-se ao Movimento das Forças Armadas. Portugal é um país livre! Liberdade, Igualdade, Fraternidade. A partir de hoje Portugal é um país livre. Pão e liberdade para todos, sejam homens ou mulheres.
Todos – Liberdade! Liberdade! Liberdade! (música: hino nacional.)
Coronel – Hoje o povo saiu para a rua numa manifestação de apoio ao Movimento das Forças Armadas, naquela que ficará conhecida como a Revolução de Abril ou Revolução dos Cravos. Democratizar, descolonizar e desenvolver será o lema para um Portugal livre.
Portugal está livre do Regime Fascista em que vivia oprimido. Não haverá mais censura, o povo é livre de escolher o seu destino (música: somos livres.)
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Capeia Arraiana
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