A mostra dedicada a Jesué Pinharanda Gomes (1939-2019) inaugurada esta quarta-feira, 13 de Abril, na Biblioteca Nacional em Lisboa destaca o autor enquanto o maior historiador do pensamento português de todos os tempos. Activo numa perspectiva espiritualista e católica, estatuto que reivindica desde os primeiros livros e a que sempre se manteve fiel, Pinharanda Gomes produziu uma obra vastíssima, sobre uma inúmera multiplicidade de temas.
«Pinharanda Gomes, historiador do pensamento português» é o título da mostra dedicada ao filósofo autodidata falecido em 2019 inaugurada esta quarta-feira, 13 de Abril, na Biblioteca Nacional, em Lisboa.
Trata-se de uma homenagem «na vertente histórico-filosófica da obra, sem, contudo, menosprezar o pensamento original do autor e as outras suas contribuições em vários âmbitos da cultura portuguesa».
Patente até 17 de setembro, a exposição apresenta materiais do espólio guardado no Centro de Estudos Jesué Pinharanda Gomes, no Sabugal, assim como do acervo da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), instituição da qual Pinharanda Gomes foi «assíduo frequentador durante a sua vida», recordam os promotores da mostra foi organizada pela área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona, com a colaboração da Câmara do Sabugal.
Nascido em 1939 na freguesia de Quadrazais, concelho do Sabugal, Pinharanda Gomes é apresentado como «o maior historiador do pensamento português de todos os tempos», tendo editado os três volumes da «História da Filosofia Portuguesa» (1981-1991), bem como os sete volumes da série «Pensamento Português» (1969-1993).
Escreveu sobre antropologia cultural, filosofia, história, religião, literatura e temas de temática local e regional. Publicou mais de 300 títulos, que incluem opúsculos e separatas e/ou dispersos, para além de traduções e das mais diversas colaborações em volumes coletivos e em dicionários e enciclopédias.
«Ativo numa perspetiva espiritualista e católica, estatuto que reivindica desde os primeiros livros e a que sempre se manteve fiel, Pinharanda Gomes produziu uma obra vastíssima, sobre uma inúmera multiplicidade de temas», realça a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) no seu site.
Na apresentação da mostra pela BNP é ainda dito: «Pinharanda Gomes só soube de ser de nacionalidade portuguesa quando iniciou a frequência do ensino primário. Possuidor do mais vasto saber sobre a história do pensamento português, de que se destacam os três volumes da História da Filosofia Portuguesa (1981-1991), bem como sete volumes da série Pensamento Português (1969-1993), regista em todos os seus livros uma adesão viva ao modo religioso e de se tematizar as questões filosóficas. Autor prolífico, resgatou do esquecimento histórico inúmeros autores integrados na mundividência espiritualista (Joaquim Alves da Hora, João de São Tomás, Samuel da Silva, João Lourenço Insuelas, Prudêncio Quintino Garcia, Francisco Rendeiro, Pereira de Freitas, entre outros), prestando sólida consistência à existência de uma corrente filosófica em Portugal que, em continuidade, por vezes subterraneamente, desprezada pelo racionalismo e pelo positivismo, condenada pelo modernismo, tem privilegiado, desde os alvores da nacionalidade, o espírito face à matéria, a alma face ao corpo, a transcendência face à imanência, a metafísica face à positividade empírica.»
Em 2012 doou cerca de cinco mil livros e documentos da sua biblioteca pessoal para o Centro de Estudos que tem o seu nome e foi inaugurado em Junho desse ano no Sabugal.
A mostra vai estar aberta ao público entre 13 de Abril e 17 de Setembro de 2022.
«Carta Dominical», crónicas publicadas por Pinharanda Gomes no Capeia Arraiana… [Aqui.]
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José Carlos Lages (com Biblioteca Nacional de Portugal)
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