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Home  /  .Crónica • Lembrando o que é nosso • Quadrazais • Região Raiana • Tradições  /  Antigos meios de iluminação em Quadrazais
18 Fevereiro 2022

Antigos meios de iluminação em Quadrazais

Por Franklim Costa Braga
.Crónica, Lembrando o que é nosso, Quadrazais, Região Raiana, Tradições franklim costa braga 1 Comment

Hoje é muito simples e rápido termos luz em nossas casas, palheiros, telheiros e qualquer outro local. Basta um clique no botão do interruptor e… fiat lux!

Lanterna a azeite em cima à esquerda seguida de candeia a azeite, gasómetros a carbureto e a petróleo e um candeeiro de chaminé e candeia a petróleo em baixo, encimados por uma toalha dos mortos
Lanterna a azeite em cima à esquerda seguida de candeia a azeite, gasómetros a carbureto e a petróleo e um candeeiro de chaminé e candeia a petróleo em baixo, encimados por uma toalha dos mortos

Mas nem sempre foi assim e é bom recordar aos mais novos as dificuldades que tivemos e os nossos pais e avós para termos luz para ler e fazer qualquer actividade à noite ou até para nos deitarmos.

Se quiséssemos luz à noite para ler um livro, uma carta ou um simples papel escrito tínhamos de nos socorrer duma candeia a petróleo ou azeite de diferentes formatos ou duma vela. Mas a estas não se dava um clique. Primeiro, a candeia tinha que se encher de petróleo ou azeite, depois introduzir-lhe pelo cano uma torcida de algodão que teríamos de fazer. Molhava-se-lhe a ponta nos ditos líquidos e acendia-se com um palito (de á aberto=fósforo). Se a torcida já tinha sido usada, era necessário retirar-lhe o morrão antes de a acender. À luz dela se fazia na meia. Para fazer o meu 7.º ano, foi à luz da candeia a petróleo que li Camilo, Júlio Dinis, Herculano, Eça e Garrett. Mas, para ir à loije dar de comer ao vivo ou ir ao palheiro buscar uma facha de feno para ele, era preferível usar um objecto que abrigasse a torcida. Usava-se, então, uma lanterna rodeada de vidros com uma portinhola que dava acesso a um recipiente redondo com azeite, onde se embebia a torcida que seria acesa com um palito ou um pauzinho retirado da lareira. Se pretendíamos um foco de maior luz, sobretudo para andar na rua, utilizava-se um gasómetro a carbureto, nem sempre fácil de acender. Era muito usado nas tabernas. Para velar os mortos em casa usava-se um outro candeeiro próprio para essa ocasião. Também se acendiam velas junto do defunto ou no cemitério.

Se pretendíamos uma luz mais forte capaz de iluminar toda a casa ou pôr na varanda para iluminar uma procissão ou a igreja, usava-se um petromax que dispunha de uma camisa e se enchia de petróleo a que se dava à bomba. O ti Barreiro tinha um no seu comércio. Dentro da igreja usava-se um candeeiro com vários braços para colocar várias velas. Camisa usava também o candeeiro da mesinha de cabeceira, alimentado também a petróleo. Mas havia-os sem camisa com um recipiente mais ou menos alindado e com pé para se lhe pegar e assentar na mesinha de cabeceira, que se enchia de petróleo e recebia uma torcida-uma fita que se comprava no comércio, a qual se embebia no petróleo e se enfiava numa ranhura da cabeça do candeeiro, após o que se acendia com um palito. A fita subia ou descia pelo movimento duma rodinha. Cobria-se então a cabeça do candeeiro com uma chaminé de vidro que protegia a chama e evitava incêndios. Estes aconteciam com certa frequência nas loijes, palheiros ou até em casa. Bastava uma queda da lanterna ou da vela e tinha a palha, feno ou enxerga como tocha.

Para fazer o serão bastava o lume que iluminava a cozinha. Mais tarde apareceram as pilhas (lanternas a pilhas), de vários formatos, desde espalmadas a redondas. Já evitavam os incêndios e a sua luz alcançava mais espaço.

Rádio ou televisão, para não falar de i-pads, tablets, telefones ou telemóveis eram sonhos ou inventos a aguardar quem os desvendasse. A electricidade só chegou a Quadrazais em 1961.

Meninos e meninas e gente crescida já nascida em meados do século XX nas cidades ou um pouco mais tarde nas aldeias, pensem um pouco nas dificuldades que tiveram pais e avós para poderem ler ou fazer qualquer serviço à noite, para saírem a casa dum amigo, para saberem uma notícia, para se lavarem no Inverno, para lavar a roupa ou loiça, para passar o serão, ter água fresca em casa, etc., etc. Talvez assim dêem um pouco mais valor ao que vos rodeia em casa e na rua. Só passando pelas situações do passado se dá valor ao que temos no presente.

Imaginem vocês terem de se deitar às escuras, não terem televisão para ver à noite e saber notícias, não terem máquina de lavar, não ter luz na casa de banho para se lavarem, ter de aquecer um caldeiro de água no Inverno para tomar banho, não disporem de telemóveis ou computadores e outra aparelhagem de som ou imagem, não poderem sair à rua, etc., etc.. Dariam em doidos. Ou então tinham de se acostumar aos hábitos dos avós: deitar-se com as galinhas, isto é, deitar-se mal se punha o sol e levantar-se mal este nascia. Porque deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer…

Candeias de azeite e de petróleo
Candeias de azeite e de petróleo

Por fazerem parte da minha infância, vou traduzir esta realidade nuns versos…

CANDEIAS, LANTERNAS E CANDEEIROS

Quantas pestanas queimei
A ler livros ao serão,
À luz da humilde candeia
Que petróleo consumia
P’ra de letras ter visão!

A caminho do palheiro,
P’ra dar de comer ao vivo
Não se via à noite um palmo.
Por isso a lanterna activo
De azeite com um bom cheiro.

Que frio está no Inverno!
Acenda, mãe, esse lume.
Tomar banho agora quero.
Aqueça de água um caldeiro
P’ra lavar meu corpo inteiro.

Quero camisa lavada
Para ir já missa ouvir.
Felizmente, mãe cuidada
Lavar ao rio teve de ir
Ainda que de sol nada.

Como passar com o ferro
Essas calças engelhadas?
Quero ir mais logo balhar
Com as calças bem vincadas
P’ra namorada encontrar.

– Borralho vou já fazer
Para o ferro aquecer
E calças poder vincar.
É esperares um pouco,
Já não vai muito tardar.

Na cama um mais cobertor
P’ra me dar algum calor
Que o Inverno é frio que mata.
– Em vez de um, dois eu porei
Que um só não aquece a pata.

Tropecei numa cadeira
Que tombou com certo estrondo.
– Toma lá este candeeiro
Para veres em redondo
Até chegares ao quarto.

Acabado o jantar
A loiça há que lavar.
– Ainda há água nos cântaros?
Deita alguma na panela
Para aquecer a gamela.

Ó fogo! Oiço eu gritar
Já noite bem adiantada.
É a casa do vizinho
A arder por, entornada,
A candeia à palha pegar.
Já há luz nesta aldeia.
Que bonita a casa à noite!
Adeus lanterna e candeia
Ora já uso uma lâmpada
Sem petróleo nem azeite.

Já não queimo as pestanas
A ler livros ou jornais.
Em breve a televisão
Notícias me dará mais
E alegrará meu serão.

Rapaziada de agora,
Já com nada ela se rala.
Um só clique no botão,
Cozinha, quartos e sala
Luz abundante terão.

Isto esquecer faz a infância
Misteriosa e bem dura,
Com medos e tão escura.
Passear Já vais poder,
Que à noite já podes ver.

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Franklim Costa Braga

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1 Comentário

  1. Luiz Carlos Pereira de Paula Reply
    Sexta-feira, 18 Fevereiro, 2022 at 12:11

    Obrigado Franklim Braga.

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