Nada mais bonito do que uma rua como esta: a Rua Direita do Casteleiro. Gostaria de mostrar outra vez tudo o que se pode mostrar num órgão de comunicação. Vamos lá…
Foto 1 – Este é o Largo de São Francisco. No meu tempo era para nós, miúdos, o Terreiro. Lá havia as árvores. Lá havia o marco. Lá havia os bancos da conversa de todos com todos. O cenário hoje é mais diversificado, mais moderno.
Aqui moravam: casa 1 – o Sr. Joãozinho Rosa e ao lado o Sr. Quim Paiva; casa 2 – o Sr. Tó Pinto; casa 3 – o Sr. Zé Mourinha (hoje comprada pela Junta de Freguesia para adaptação a sede da Autarquia). Aqui era também o café, de que se vê uma esquina aqui mesmo à esquerda antes da casa 3.
Foto 2 – À esquerda, «por baixo» da árvore, um aspecto da capela de São Francisco. Depois, a ruazinha que dava para a escola dos rapazes e para a rua do ti Américo Leitão. À nossa frente, a seguir à carrinha, a casa do ferreiro que trabalhava no espaço assinalado a amarelo. Aí havia também um local onde se montava o palco para os teatrinhos de cariz popular mas muito entusiasmado em que brilhavam como ensaiador o Sr. Narciso (depois meu tio por afinidade) e como actores pessoas como o Neca ou outros de igual teor…
Foto 3 – Início da Rua Direita. Para trás ficou o Largo de São Francisco. Aqui, no início da rua, destaco três casas: 1 – o tal café de que falei; casa 2 – a serralharia do Sr. Tó Ferreiro (pai inesquecível do meu grande amigo Zé Augusto – hoje com problemas sérios de saúde, ele e a esposa, a quem desejo sinceras melhoras); casa 3 – local onde residiam dois alfaiates da terra, e que toda a gente conhecia.
Foto 4 – Estas casas eram-me também muito familiares: casa 1 – residência do meu tio Zé Gouveia (emigrado e já falecido); casa 2 – Sr. Alexandre Paiva; casa 3 – pai do meu tio por afinidade Martinho Silva.
Esta parte da rua era por mim calcorreada vezes sem conta: para baixo e para cima, até porque lá mais abaixo, depois do cruzamento da Rua Direita com a Rua da Igreja, morava a minha madrinha (de facto: minha avó que tinha sido minha madrinha de batismo e de crisma… – casa essa onde passava a maior parte dos tempos livres, a brincar no quintal ou a estar perto dos animais: os cães do gado, a burra e as vacas).
Foto 5 – Mostro estas casas para lhe dizer o seguinte: na altura nada disto era nada do que agora pode ver… como muito bem sabem muitas das pessoas que costumam ler estas crónicas e que bem conhecem a degradação que por aqui ia!
Em boa hora o dinheiro da emigração (e não só, verdade se diga) serviu para reabilitar estas habitações.
Hoje a terra em geral tem boas casas e as que estão degradadas e abandonadas é porque nelas já não habita ninguém…
Foto 6 – Ora cá está então o final da actual Rua Direita. O local onde está a seta tem à esquerda a Praça com o seu chafariz. As duas casas assinaladas eram o seguinte: casa 1 – local onde havia a casa do Ti Luis Pinto, sapateiro: alcoólico, falecido com a cirrose assassina, ele era um dos mais engraçados e parodiantes copofónico que alguma vez conhecemos no Casteleiro.
Comigo engraçava de tal maneira que me pregava as partidas todas e eu, a ingenuidade em pessoa, caía sempre que nem um patinho… Lá era esperto na escola mas nestas coisas da vida nem por isso!!!! Casa 2 – local onde havia uma loja comercial do tipo dos actuais mini-mercados… A porta da loja dava para a Praça, naturalmente.
Nota final
Na semana passada, a 11 de Janeiro, fez exactamente 11 anos que sou colaborador (sempre regular) do «Capeia Arraiana».
Assinei até agora cinco rubricas, uma das quais (a da Tropa) teve o seu final.
Mas todas as restantes continuam – três delas semanalmente:
1 – Histórias da Memória Raiana – total de crónicas por mim escritas e já publicadas: 4;
2 – Primeira Página – total: 130;
3 – A Minha Aldeia – total: 555;
4 – Os Dias da Tropa – na altura própria publiquei 31 crónicas.
5 – Postal TV – até hoje, 406.
Ou seja, desde 11 de Janeiro de 2011 escrevi e foram publicadas nada menos do que 1.126 crónicas neste nosso meio de comunicação social do Concelho.
Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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JCL,
Obrigado por apreciares.
Mas não é caso de agradecimentos: faço apenas o que me dá imenso prazer e me traz muitas bonitas memórias (excepto no caso da Tropa, claro – mas isso faz parte da vida que vivi…).
Grande abraço, tudo de bom para nós todos e nossas Famílias.
Parabéns José Carlos Mendes
São números impressionantes bordados com muita informação, muita cultura, muito amor à «terra» e muito… serviço público!
Bem-hajas!