No primeiro dia de Janeiro, primeiro dia do Novo Ano, dia feriado, festeja-se o Ano Novo. Este dia também se chamava dia de Ano Bom. Foi este o nome dado a uma ilha, hoje pertença da Guiné Equatorial, descoberta pelos portugueses no dia 1 de Janeiro de 1475.

O início do novo ano foi fixado por Júlio César em 46 antes de Cristo, iniciando o calendário juliano. Janeiro provém do nome do deus romano Jano, que tinha duas faces: uma voltada para a frente, simbolizando o futuro, e outra voltada para trás, simbolizando o passado. A meia-noite do dia 31 de Dezembro/1 de Janeiro era, pois, o abandono do ano passado e o início do ano seguinte.
Mas nem sempre foi assim. Na Idade Média muitos foram os dias considerados como o início de novo ano. Em Inglaterra, até 1751, o Novo Ano começava em 25 de Março. Até que o calendário gregoriano, instituído pelo papa Gregório XIII, em 1582, fixou o início do ano civil em 1 de Janeiro, data adoptada por todo o mundo, incluindo países como o Irão, China e Israel que tinham outras datas para o início do novo ano.
No entanto, ainda hoje a China festeja o novo ano lunar. Na Rússia, a igreja ortodoxa festeja-o no dia 14 de Janeiro.
Pelo desejo de que este dia trouxesse alegria a todos, muita gente festejava a sua chegada com manifestações de Júbilo. À meia-noite em quase todos os países se lançam fogos de artifício de rara beleza, que acompanhamos pela televisão à medida que o dia avança pelos diversos continentes. Ainda estamos na manhã de 31 de Dezembro e já podemos assistir ao fogo de artifício da Nova Zelândia, que tem mais 13 horas que nós, Austrália e Japão, que dão as boas vindas ao Novo Ano. Esses festejos avançam para países mais a ocidente à medida que a meia-noite a eles vai chegando. E poderemos continuar a ver as boas vindas dadas ao Novo Ano por países mais a ocidente, como os da América. Ou seja, poderemos assistir a esses festejos durante quase 24 horas.
Em Portugal cidades há em que o início do Ano Novo é saudado também com prolongado fogo de artifício, como em Lisboa, Porto e Funchal. Noutras cidades há menos quantidade de fogo de artifício ou lançam apenas uns tantos foguetes.
Em Quadrazais, à meia-noite de 31 de Dezembro/1 de Janeiro usavam deitar algum foguete que haviam guardado da festa da Sant’Ófêmia e experimentavam-se as novas pistolas com alguns tiros lançados para o ar.
Nessa mesma data, sítios há, como em Lisboa, em que se aguardam as 12 badaladas do relógio, neste caso da televisão, para se comerem 12 passas em cima de uma cadeira, à medida que as badaladas soam. Seguem-se esfusiantes beijos e abraços de boas-festas, acompanhados de tchim-tchim de copos cheios, cujo líquido em breve entrará nas goelas. Acompanhando os festejos na televisão há quem dance em casa. Nas praças das cidades, como Lisboa, há música e baile pela noite fora. Clubes organizam bailes em muitas cidades. A alegria transborda até surgir alguma contrariedade.
Nessa mesma noite muitos são os que tocam panelas e tachos e deitam tudo o que é velho para a rua, como acontece em Lisboa. Uma forma de extravagância com que manifestam a alegria.
Com a pandemia, muitos destes festejos serão cancelados ou minorados.
Em muitos lugares junto ao mar há banhistas que entram nas ondas na manhã do dia 1 de Janeiro. Já são conhecidos os banhos de Carcavelos, imitados por outras localidades.
Em toda a parte, na manhã do dia 1 de Janeiro se dão as boas festas a familiares, amigos e vizinhos.
Em Quadrazais os miúdos e graúdos visitavam as casas de quem tinha vinha para dar as boas festas e receberem em troca uma copa de aguardente. Apenas lhes era pedido que entrassem com o pé direito.
A tantas casas iam e tantas copas bebiam que acabavam borrachos. Na igreja, ao cantarem ao Menino Jesus, a gritaria era tal que, muitas vezes, o padre tinha de interromper as celebrações para mandar calar esses cantores e impor a ordem na igreja.

Apesar de acatarem o início do novo ano civil do calendário gregoriano em 1 de Janeiro para questões civis e comerciais, os chineses continuam a celebrar com grandes e vistosos festejos o início do seu novo ano lunar que começa na primeira lua nova entre 21 de Janeiro e 20 de Fevereiro. O calendário chinês, que já vai no ano 4.719, é mantido para as tradições e comemorações locais.
Desejo a todos Um Novo Ano Feliz e sem pandemia!
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«Lembrando o que é nosso», por Franklim Costa Braga
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Maio de 2014.)
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