O poema de hoje vai-nos explicar a razão de chamar «almeidas» aos varredores de rua da Câmara Municipal de Lisboa. Sempre que ouvia chamar «almeida» aos cantoneiros de limpeza que varriam o largo avolumava-se a minha curiosidade sobre o porquê de tal alcunha. Afinal a chave do enigma é muito simples e até lógica como muitas vezes acontece.
ALMEIDAS
Designada por «cantoneiro»
Quase no País inteiro
Tem no entanto esta profissão
Em Lisboa outra designação
O motivo é singular
E eu vou contar
É que no núcleo original
Dos cantoneiros da capital
Muitos tinham emigrado
De Almeida um povoado
No alto da Beira
Bem perto da fronteira
Logo o povo baptizou
E «almeidas» até hoje ficou
Tantas vezes desvalorizada
Até mesmo estigmatizada
É uma profissão vital
Para a vida decorrer normal
Sem eles a cidade
Acumularia sujidade
Porque a falta de educação
Normaliza o lixo no chão
É por isso uma proeza
Efectuar todos os dias a limpeza
Dar brilho a esta cidade
Que amamos com vaidade.
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«Quiosque da Sorte», poesia de Luís Fernando Lopes
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