• O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Acontecimento Ano
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica

Menu
  • O Primeiro…
  • A Cidade e as Terras
  • Cronistas
  • Documentários
  • Ficção
  • História
  • Acontecimento Ano
  • Personalidade Ano
  • Ficha Técnica
Página Principal  /  Lisboa • Opinião • Poesia • Quiosque da Sorte  /  Varina
01 Dezembro 2021

Varina

Por Luís Fernando Lopes
Lisboa, Opinião, Poesia, Quiosque da Sorte bairro alto, luís fernando lopes, varina Deixar Comentário

Varina é a designação que os habitantes de Lisboa deram às vendedoras ambulantes de peixe. O nome deriva do facto de uma boa parte destas mulheres serem naturais de Ovar ou das suas redondezas.

Varinas na Rua da Atalaia, 105, no Bairro Alto, actual bar «Portas Largas» e antiga taberna, carvoaria e casa de fados Garcia Nunes (foto: AFCML)
Varinas na Rua da Atalaia, 105, no Bairro Alto, actual bar «Portas Largas» e antiga taberna, carvoaria e casa de fados Garcia Nunes (foto: AFCML)
Varinas na Rua da Atalaia, 97, no Bairro Alto
Varinas na Rua da Atalaia, 97, no Bairro Alto (foto: AFCML)

A varina usava uma indumentária peculiar que consistia normalmente numa saia axadrezada um avental, uma corpete de flanela ,uma cinta de lã, um lenço, uma bolsa lateral para o dinheiro apelidada de «patrona» e a indispensável rodilha onde assentava a canastra.

As varinas foram desaparecendo à medida que foram surgindo os mercados de bairro. No entanto ficarão para sempre no imaginário das gentes alfacinhas.

Varina na esquina da Rua da Atalaia com a Travessa dos Inglesinhos no Bairro Alto (foto: AFCML)
Varina na esquina da Rua da Atalaia com a Travessa dos Inglesinhos no Bairro Alto (foto: AFCML)

VARINA

Varina querida recordação
Um misto de realidade e ficção
Imagino-te de madrugada na lota
A comprares a tua quota
A subires a rua do alecrim
Canastra pesada, caminho sem fim
A chegares ao bairro cansada
De tudo mais dessa vida malvada
Recordo que apregoavas a cantar
«Olha o peixinho fresco do mar»
E eu dobrava a esquina
E lá estavas tu amiga varina
«Olá menino bom dia!»
Dizias-me com simpatia
E eu naquele instante
Crescia sentia-me importante
Recordo com admiração
Quando erguias a canastra do chão
Aí amiga varina
Viravas bailarina
Caminhavas a dançar
Com a chinela a batucar
«Ó freguesa quer comprar?»
«Está vivinho a saltar!»
«Espere aí que eu volto a passar
Que aquele mono quer-me filar!»
E lá ias a disfarçar
Até o conseguires despistar
Que memória tão boa
Da minha velha Lisboa
Tinhas o sangue na guelra, menina
És uma bela recordação, varina.

:: ::
«Quiosque da Sorte», poesia de Luís Fernando Lopes
:: ::

Partilhar:

  • WhatsApp
  • Tweet
  • Email
  • Print
Luís Fernando Lopes

Crónica: Quiosque da Sorte :: :: Origens: Lisboa

 Artigo Anterior As Associações de Bombeiros e o (não) Orçamento
Artigo Seguinte   Do vírus à eutanásia

Artigos relacionados

  • Sé Patriarcal de Lisboa

    Quarta-feira, 18 Maio, 2022
  • Jardim do miradouro de Santa Catarina

    Quarta-feira, 4 Maio, 2022
  • Jardim de São Pedro de Alcântara

    Quarta-feira, 20 Abril, 2022

Leave a Reply Cancel reply

Social Media

  • Conectar-se no Facebook
  • Conectar-se no Twitter

RSS

  • RSS - Posts
  • RSS - Comments
© Copyright 2021. Powered to capeiaarraiana.pt by BloomPixel.
loading Cancel
Post was not sent - check your email addresses!
Email check failed, please try again
Sorry, your blog cannot share posts by email.