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Página Principal  /  A Minha Aldeia • Casteleiro • Opinião  /  Casteleiro – o inverno, o lume e a conversa
29 Novembro 2021

Casteleiro – o inverno, o lume e a conversa

Por José Carlos Mendes
A Minha Aldeia, Casteleiro, Opinião josé carlos mendes Deixar Comentário

Impossível entrar no Inverno e, apesar de já serem passados mais de 60 anos, não me lembrar do lume e das panelas e das conversas de família à lareira. O frio, assim, até se aguentava bem.

Panela de ferro ao lume nas casas raianas
Panela de ferro ao lume nas casas raianas… Que maravilha!

Família toda à lareira

Isso é que era mesmo bom. Imagem bonita com a minha avó, as minhas tias, um tio ou outro e nós, os garotos. Tudo ao lume. Um frio do diabo lá fora e a lareira a tornar isto tudo muito confortável.

Como já escrevi um dia, a lareira era o local privilegiado para as reuniões familiares. A agenda ia-se fazendo ao correr da conversa. A ternura pelos netos e as combinações para o que havia a fazer no dia seguinte eram rubricas obrigatórias. Mas fazia sempre parte da ordem de trabalhos a trincadela num bocado de queijo, a tal assadura de castanhas no assador em cima das trempes e com o pano húmido a abafá-las… como também era bonito de ver a avó a fiar o linho e a nossa mãe ou uma tia a fazer uma camisola de lã ou até um trabalho de renda.

Falares lindos do Povo do Casteleiro

Era à volta do lume que se ouviam muitas expressões que sempre me encantaram, pois o falar do Povo afasta-se muito da gramática mas agrada-me imenso saber, ouvir e reconhecer estas frases…

Eis alguns exemplos que iam saindo das várias bocas à roda do lume, naqueles dias de inverno a sério…

Alguns exemplos já registados em crónica anterior dão bem a ideia de como apareciam estas expressões nas conversas ao lume, enquanto se cozia na panela a butchêra, a farrenhêra ou a tchòriça…

– Em Abril, águas mil.
– Março, Marçagão: de manhã inverno, à tarde Verão.
– Em Janeiro, uma hora por inteiro.

É isso! Sabedoria meteorológica popular também não faltava. Outro exemplo:

– Uma velha em Abril, queimou um carro e um carril, Sobrou-lhe um bocado como um punho, ainda o guardou para Junho…

Ou então regras de vida que nunca falhavam:

– Na terra do bom viver, faz-se como se vê fazer.

– A rico não peças e a pobre não prometas.

– Cá se fazem, cá se pagam.

Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!

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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011.)

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José Carlos Mendes

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