O objectivo das Revoluções é suprimir o medo. Quantas palavras de ordem não foram lançadas no dia 25 de Abril de 1974 em Portugal, referindo-se ao medo que os portugueses tinham durante o Estado Novo, desapareceram também todas as Instituições que amedrontaram os portugueses durante 40 anos, principalmente a Polícia Política. Terminou o medo na sociedade portuguesa? Nem pensar…

O medo continua, embora com matizes diferentes, o medo vai diferindo das grandes cidades para o Interior do País. Nas grandes cidades há medo ao aumento dos bens de primeira necessidade, ao aumento dos transportes públicos, da gasolina, enfim, um medo conjuntural mais referente à economia.
Não acrescento aqui o medo à marginalidade e ao crime, porque Portugal não é dos países onde mais isto se faz notar. E no interior do País, nas Vilas, Cidades e Aldeias abandonadas pelo Poder Central! Aí o medo tem Rosto, e o bilhete de identidade dos cidadãos é o boletim de voto, já há cidadãos com medo de um dia a sua Terra desaparecer… E vai mesmo, pelo caminho que está a levar a capacidade política, e o abandono do Poder Central.
Mas vamos ver onde chega a irresponsabilidade, maldade e actitude ignóbil de um Presidente de Câmara e seus esbirros: «Tudo se passou numa cidade do Norte de Portugal. Um coordenador da equipa de assistentes operacionais na Câmara Municipal dessa Cidade, escreveu no Facebook umas palavras contra as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, chegando ao extremo de escrever isto: «Se houver quem ponha aquele espaço a funcionar como uma câmara de gás, eu pago o gás.» Tinha «19 gosto» e dizem que um deles é do Presidente da Câmara da Cidade, e o outro, o seu adjunto.» (Expresso on-line).
No interior despovoado, o Homem deixou de temer a Deus e ao Diabo, teme o homem do poder, porque sabe que não o levará a lado nenhum… Como consegue então o homem do poder mantê-lo? Muita lábia – Arte de Mentir – Ego enorme e Dinheiro para distribuir.
Esqueci um pormenor. Aqueles esbirros do Presidente da Câmara da cidade do Norte, que escreveram sobre o 25 de Abril, foram recompensados, com benesses que lhes deu o Presidente da Câmara pelo seu «Acto de Heroísmo», uns dinheiritos, umas horas extraordinárias bem pagas, uma subida de categoria, convém dizer que este tipo de gente é a que vive de joelhos… Falta de dignidade.
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«Passeio pelo Côa», opinião de António Emídio
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Junho de 2008.)
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