Muitos séculos atrás deve ter começado a ocupação celta e ibera (e outras como adiante pode ler). Mas a aldeia provavelmente nasceu mesmo depois do célebre «Beijo Eterno»… Leia e divirta-se como eu me divirto a escrever…
Migrações e emigrações
A propósito de migrações e emigrações… um dia escrevi estas notas muito actuais sempre:
«Nem que me paguem não me vou de cá – dizia-se dantes. Mas hoje e nos últimos quase cem anos esta é uma coisa muito complicada. A vontade até pode ser essa, mas… Dantes, sim, nem que pagassem, ninguém dali saía.
Eram outros tempos. Mas depois dos anos 60, a coisa foi mais difícil…
Migrações e emigrações – de tudo houve para esvaziar esta como todas as outras terras do Concelho. Primeiro, a Argentina e o Brasil. Lisboa sempre para trabalhar ou para estudar. Guarda, Covilhã, Castelo Branco também. Depois, claro, a França: centenas de homens e rapazes na flor da idade.
Tudo procurou na travessia a «salto» a melhoria da vida – da sua e da da sua família. Mas essa história é bem conhecida de nós todos. E pronto, por hoje chega. O resto do hino será comentado por mim na próxima semana. Até lá, de hoje a oito aqui me têm outra vez».
A grande ocupação – desde o tempo dos romanos
Nunca é demais lembrar: estas terras, Casteleiro incluído mas sem fixação, parece, foram alvo de grande ocupação no tempo dos romanos. E de outros Povos, como os celtas, iberos etc.
Escrevi sobre isso já muitas vezes. Há uns oito anos que defendo uma determinada tese, assim resumida: «Há uma tese que me agrada bastante, nesta matéria. Li-a em Marcos Osório, em «O Povoamento no I Milénio AC na transição da Meseta para a Cova da Beira…»
Para este autor, seguindo o historiador de Coimbra Prof. Jorge Alarcão, basicamente terá sido assim: quando os romanos chegaram, já havia aglomerados populacionais de vigilância espalhados pela bacia de visão de São Cornélio, nos «okellos» / ocelos (pontos altos – o «palavrão» tão usado aqui à época é afinal de origem indo-europeia e significa mais ou menos “monte”)».
Depois, talvez no tempo dos mouros em Sortelha, foi então fundada a nossa aldeia…
Zona natural muito atraente
A princesa e o amante refugiaram-se por aqui e deram origem ao aglomerado. Porquê aqui? Talvez pelas belezas da paisagem e pela atracção da Natureza nestas bandas. Como já escrevi um dia:
«Realmente, a minha aldeia, comparada com centenas das que conheço, é mesmo uma terra encantadora: – baixas, – várzeas, – vinhedos, – pomares, – batatais imensos outrora, – searas de centeio noutros tempos. Depois, aquele vale todo, rodeado das serras e cabeços que transformam a aldeia numa espécie de berço da Natureza para acolher quem ali nasceu ou quem nos visita».
Até para a semana, à mesma hora, no mesmo local!
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«A Minha Aldeia», crónica de José Carlos Mendes
(Cronista/Opinador no Capeia Arraiana desde Janeiro de 2011)
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